O alto-comissário para Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, disse este sábado que a decisão de Elon Musk de reativar as contas de vários jornalistas no Twitter era uma notícia bem-vinda, mas avisou que "persistem sérias preocupações".
"Boas notícias de que os jornalistas estão a ser reintegrados no Twitter, mas continuam a existir sérias preocupações", referiu Volker Turk na plataforma, citado pela AFP, insistindo que "o Twitter tem a responsabilidade de respeitar os direitos humanos".
Musk tinha sido alvo de críticas pela União Europeia e pelas Nações Unidas após suspender as contas de mais de meia dúzia de jornalistas da CNN (Donie O'Sullivan), os jornais New York Times (Ryan Mac) e Washington Post (Drew Harwell), além de outros jornalistas independentes, que ele acusou de pôr em perigo a família.
No entanto, na sexta-feira anunciou que as contas seriam repostas. "As pessoas falaram. As contas que publicaram a minha localização vão ver a sua suspensão levantada", escreveu o controverso milionário, no Twitter.
Turk tinha expressado preocupação quanto à forma como as determinações foram alcançadas, apelando ao Musk para "comprometer-se a tomar decisões baseadas em políticas publicamente disponíveis que respeitem os direitos, incluindo a liberdade de expressão".
O dono do Twitter publicou uma série de mensagens a indicar que as contas envolvidas na divulgação na internet de informações pessoais sobre um indivíduo sem o seu consentimento "recebem uma suspensão temporária de sete dias" e indicou que as regras se aplicam aos jornalistas, "como a todos os outros".
Quando chegou ao Twitter, em outubro, Elon Musk prometeu manter a conta @ElonJet, que conta com 500 mil seguidores e foi criada por um estudante para seguir de forma automática os movimentos do avião particular do milionário.
Desde que comprou o Twitter, por 44 mil milhões de dólares (41,5 mil milhões de euros), Musk tem enviado mensagens contraditórias sobre o que é autorizado ou não na rede social.
Na sexta-feira, a União Europeia lembrou que há "linhas vermelhas" e ameaçou Musk com "sanções em breve", enquanto as Nações Unidas denunciaram "um precedente perigoso".
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