Primeiro-ministro do Kosovo acusa Rússia de inflamar tensões com a Sérvia
Sérvios étnicos do norte do Kosovo têm montado barricadas há mais de uma semana, impedindo a circulação dos kosovares.
© Reuters
Mundo Guerra na Ucrânia
O primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, alertou para o foco da Rússia em inflamar as tensões entre o seu país e a Sérvia. Uma medida do Kremlin que, acusa Kurti, se deve ao "falhanço" da guerra na Ucrânia e à consequente "preocupação" dos russos em "terceirizar" o conflito e envolver os Balcãs no mesmo.
O Kosovo tem vivido semanas de tumulto, principalmente graças aos bloqueios nas estradas montados pelos sérvios étnicos que vivem no norte do país, impedindo a livre circulação das autoridades do Kosovo, em contra dos apelos dos EUA e da UE para que os mesmos sejam desmantelados.
“Acho que a maior preocupação dos russos é justamente esta: agora que foram gravemente feridos na Ucrânia após a invasão e agressão, eles têm interesse em transbordar. Têm interesse em terceirizar a sua campanha de guerra para os Balcãs, onde têm um cliente que está em Belgrado", disparou Kurti.
No norte do Kosovo, quando começava o mês de novembro, representantes da comunidade sérvia étnica, entre eles polícias e juízes, decidiram demitir-se de funções, protestando decisões "unilaterais e discriminatórias" de Pristina.
O escalar de tensões atingiu um pico a 10 de dezembro, na sequência dos bloqueio das estradas do norte do Kosovo pela população sérvia, que protestavam a detenção de um ex-polícia desta comunidade, numa ação considerada de intimação. Tal foi o 'crescendo' que Belgrado chegou a requisitar à Kfor - força de 'peacekeeping' da NATO nesta região - o envio de soldados e polícias para proteger a população sérvia na região.
Belgrado nunca reconheceu a secessão unilateral do Kosovo em 2008, proclamada na sequência de uma guerra iniciada com uma rebelião armada albanesa em 1997 que provocou 13.000 mortos, na maioria albaneses, e motivou uma intervenção militar da NATO contra a Sérvia em 1999, à revelia da ONU.
Desde então, a região tem registado conflitos esporádicos entre as duas principais comunidades locais, num país com um terço da superfície do Alentejo e cerca de 1,7 milhões de habitantes, na larga maioria de etnia albanesa e religião muçulmana.
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