A Guarda Revolucionária iraniana adiantou que as forças de segurança lançaram uma operação conjunta no quadro dos "rigorosos esforços dos serviços secretos" contra vários implicados no atentado e acrescentou que outros dois suspeitos foram detidos.
Segundo a agência noticiosa iraniana Mehr, a "célula terrorista" sofreu um "rude golpe" com a operação, e a Guarda Revolucionária iraniana destacou ainda a apreensão de diversas armas e munições.
Os presumíveis terroristas, prosseguiu, teriam recebido treino e apoio de "monárquicos sediados no exterior" do Irão, que os usam "para provocar distúrbios e insegurança, bem como para realizar ataques terroristas".
Um dia após o atentado registado num mercado de Izeh, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, acusou Israel e outros países "ocidentais" de planear "uma guerra civil" no país, enfatizando que o Irão "não é a Líbia nem o Sudão".
Entretanto, em Teerão, o Supremo Tribunal iraniano ordenou hoje a repetição do julgamento de um jovem manifestante que em novembro tinha sido condenado à morte num tribunal sumário, anunciou a autoridade judiciária iraniana no site Mizan Online.
Mahan Sadrat é uma das 11 pessoas até hoje condenadas à morte, segundo a justiça iraniana, por eventos relacionados com o movimento de protesto que abala o país há três meses.
Os protestos, descritos como "motins" pelas autoridades, foram desencadeados pela morte, a 16 de setembro, sob custódia da polícia, da jovem curda iraniana Mahsa Amini, presa por supostamente usar indevidamente o 'hijab', o véu islâmico, violando o rígido código de vestuário da República Islâmica para mulheres.
Dois condenados à morte, ambos de 23 anos, já foram executados, depois de, num julgamento sumário, terem sido considerados culpados de matar ou ferir membros das forças de segurança ou paramilitares.
A 03 de novembro, o jovem Mahan Sadrat foi considerado culpado ser um "mohareb" (em guerra com Deus), depois de sacar de uma faca, causando medo e insegurança em seu redor, informou a agência oficial de notícias Irna.
Mahan Sadrat, cuja condenação à morte foi suspensa na semana passada, negou ter brandido uma faca, mas admitiu ter ateado fogo a uma motorizada, segundo Irna.
"De acordo com novos fundamentos e provas no caso Mahan Sadrat Marni, o pedido do acusado para um novo julgamento foi considerado conforme a lei [...] e, por isso, o caso foi devolvido ao tribunal para um novo julgamento", indicou hoje a Mizan Online, sem, porém, adiantar pormenores.
A agência da Autoridade Judiciária iraniana adiantou que ainda não foi pronunciada qualquer sentença definitiva.
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