A administração de Joe Biden aplicou, esta quarta-feira, sanções ao procurador principal do Irão, a quatro outros funcionários iranianos e a uma empresa que apoia as forças de segurança do país, pelo seu papel na repressão violenta contra os protestos antigovernamentais em curso no país, reporta a Associated Press.
O Departamento do Tesouro anunciou que tem como alvo o procurador-geral do Irão, Mohammad Jafar Montazeri, dois comandantes superiores do Corpo de Guardas Revolucionários do Irão, e dois membros do Basij, um grupo paramilitar de voluntários que, muitas vezes, impõe regras rigorosas de vestuário e de conduta.
"Denunciamos o uso intensificado da violência do regime iraniano contra o seu próprio povo que defende os seus direitos humanos", disse o Tesouro dos EUA, numa declaração, observando que Montazeri presidiu, nomeadamente, a ações judiciais contra manifestantes, alguns dos quais foram executados ou até mesmo condenados à morte.
Os comandantes visados pelas sanções são, por sua vez, Hassan Hassanzadeh, o chefe das forças em Teerão, e Seyed Sadegh Hosseini, que dirige o seu Corpo Beit-al Moghadas da província do Curdistão. Os dois membros do Basij são o coordenador adjunto do grupo, Hossein Maroufi, e Moein muçulmano, o responsável pelas temáticas do ciberespaço.
O Tesouro disse que também vai penalizar a Companhia Imen Sanat Zaman Fara, que produz veículos blindados e outros equipamentos para as forças de segurança. As sanções congelam quaisquer bens que os visados possam ter nas jurisdições dos Estados Unidos e proíbem, também, os norte-americanos de negociar com eles.
O Irão, recorde-se, tem sido abalado por protestos desde a morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, de 22 anos, que morreu depois de ter sido detida pela polícia da moralidade. Desde então, os protestos transformaram-se num dos mais sérios desafios ao governo instalado.
As forças de segurança reprimiram violentamente os protestos, matando mais de 500 manifestantes e prendendo mais de 18 mil, segundo os Ativistas dos Direitos Humanos no Irão, um grupo que tem estado a acompanhar de perto a situação. Mais de 60 elementos das forças de segurança também perderam a vida, segundo a mesma fonte.
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