O secretário de Estado dos Estados Unidos da América (EUA), Antony Blinken, alertou, esta quinta-feira, os talibãs de que “haverá custos” se a decisão de proibir a admissão de mulheres nas universidades públicas e privadas do Afeganistão não for "invertida".
Numa conferência de imprensa em Washington, o responsável acusou os talibãs de "tentar condenar mulheres e raparigas afegãs a um futuro sombrio".
“O resultado final é que nenhum país será capaz de ter sucesso - muito menos de prosperar - se negar a metade da sua população a oportunidade de contribuir”, alertou.
Citado pela imprensa norte-americana, Blinken ameaçou ainda que a decisão terá "custos" se não for invertida. "E, para ser claro, estamos envolvidos com outros países neste momento. Vai haver custos se isto não for invertido, se isto não tiver mudado", disse, sem, no entanto, especificar o que os "custos" podem implicar.
Na terça-feira, o regime talibã proibiu, "até nova ordem", a admissão de mulheres nas universidades públicas e privadas de todo o país, anunciou o Ministério do Ensino Superior local.
O ministro da Promoção da Virtude e Prevenção do Vício afegão, Mohamad Khalid Hanafi, também precisou que a reabertura dos centros educativos, encerrados desde a chegada ao poder dos talibãs, "depende em grande medida da criação de um ambiente cultural e religioso decente".
Os talibãs têm sido criticados pelo encerramento dos centros educacionais e pela exclusão de estudantes do sexo feminino do ensino, num quadro mais vasto de medidas discriminatórias contra as mulheres, que as afastam de empregos.
Desde agosto que as autoridades impedem as alunas do ensino superior de regressarem às aulas, autorizando apenas os alunos. Em fevereiro, o processo de reabertura das universidades terminou, na sequência da imposição da segregação por sexo nas salas de aula.
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