Os Estados Unidos ultrapassaram na quarta-feira a marca dos 100 milhões de casos de Covid-19, tornando-se assim no primeiro país a superar os nove dígitos. Os EUA são o país com mais casos e com mais mortes pelo vírus em todo o mundo.
As autoridades do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) anunciaram na sexta-feira que a marca foi ultrapassada no passado dia 21.
Segundo o site do CDC, foram registados mais de 487 mil novos casos na semana passada e 2952 mortes pela doença. Os gráficos apresentados pela autoridade de saúde demonstram um clara subida da pandemia no país, numa altura em que vários epidemiologistas têm avisado para o impacto do inverno e a ausência de quaisquer medidas de prevenção no aumento de casos.
No total, os Estados Unidos registaram, desde o início da pandemia, 100.216.983 casos de Covid-19. Morreram 1.086.197 pessoas e mais de 45 milhões já tomou o reforço da vacina.
À ABC News, o epidemiologista John Brownstein analisou a marca ultrapassada e alertou que o real número de novos casos deverá ser muito superior.
"Obviamente que esta é uma marca que implica uma enorme quantidade de transmissão que ocorreu em torno deste vírus e um fardo populacional que enfrentámos. Mas, ao mesmo tempo, reconhecemos que estes casos registados são completamente subcontagem massiva", afirmou o especialista, acrescentando que "no início da pandemia, a testagem era quase inexistente"
De recordar que, durante o início da pandemia nos EUA, o então presidente Donald Trump mostrou-se extremamente cético quanto à doença, criticando os estados que colocassem em vigor medidas de contenção e promovendo tratamentos perigosos - a certo ponto, Trump sugeriu mesmo que a Covid-19 podia ser tratada através de uma injeção intravenosa de lixívia ou desinfetante.
Além disso, o número real de casos continua a não ser corretamente contado, já que muitas pessoas acabam por não se testar e, outras, por terem várias doses da vacina, poderão ficar infetadas mas permanecer assintomáticas (algo que não é único aos EUA).
A ABC News acrescenta que, entre fevereiro de 2020 e setembro de 2021, o CDC estima que apenas uma em cada quatro infeções foi registada, pelo que a marca dos 146 milhões de casos pode ter sido atingida nessa altura.
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