Em comunicado, os serviços secretos iranianos adiantaram ter detido seis dos principais membros da rede, além de dez outros operacionais.
"Esta vasta rede era responsável pela transferência de dinheiro do exterior com métodos sofisticados de lavagem de dinheiro e fornecia vários equipamentos para os grupos operacionais terroristas Monafeghin [referindo-se aos Mujahedin Jalq]", um grupo integrado no Conselho Nacional de Resistência da oposição do Irão, com sede em Paris e designado como terrorista por Teerão, alega-se no comunicado.
O documento dos serviços secretos iranianos refere ainda que a liderança da rede era garantida por Ali Mohamad Doulatí, que, segundo Teerão, tem escritórios e institutos nos Emirados Árabes Unidos e nos Países Baixos.
"O intermediário nomeado entre os países da Albânia, Emirados Árabes Unidos e Países Baixos forneceu as linhas operacionais e a cobertura necessária para o financiamento e logística de terroristas", acrescentou o comunicado.
Segundo os serviços secretos iranianos, o processo de entrega de dinheiro, armas, explosivos, equipamentos técnicos e de telecomunicações foi realizado por empresas iranianas associadas ao Mujahedin Jalq, que implementou processos de "lavagem de ativos" com o objetivo de apagar o rasto das operações.
O anúncio das detenções coincide com um outro, do presidente do Supremo Tribunal iraniano, Gholam Hussein Mohseni Ejei, que deu conta de que 3.000 presos serão libertados nos próximos dias em virtude do aniversário, a comemorar terça-feira, da morte do general Qasem Soleimani num bombardeamento no Iraque em janeiro de 2020.
Segundo a agência noticiosa IRNA, o mais alto representante judicial do Irão também indicou que as sentenças de morte proclamadas contra 16 presos serão comutadas.
Domingo, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hussein Amirabdolahian, acusou os Estados Unidos de bloquearem - "atirando pedras e colocando obstáculos" - a investigação sobre a morte do general, acrescentando que as autoridades seguirão "os caminhos legais" necessários para esclarecer as circunstâncias da morte de Soleimani.
O general iraniano foi uma das vítimas de um ataque de 'drones' -- que levou o Parlamento iraquiano a exigir a saída de tropas internacionais do país -- perpetrado pelos Estados Unidos em janeiro de 2020, e que também matou Abu Mahdi al-Muhandis, então 'número dois' das Forças de Mobilização Popular (PMF), uma coligação de milícias iraquianas pró-governo apoiadas pelo Irão.
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