UE elogia parceria com Marrocos e MNE marroquino lamenta "ataques"

O Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa elogiou hoje a parceria "sólida e estratégica" com Marrocos, enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino diz que ela é alvo de "ataques calculados", numa referência ao caso 'Qatargate'.

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Lusa
05/01/2023 17:53 ‧ 05/01/2023 por Lusa

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A parceria com Marrocos é baseada em "ações comuns e concretas" e tornou-se ainda "mais importante" nos "tempos difíceis" que a Europa enfrenta hoje, com "uma guerra nas suas fronteiras no Leste", disse Josep Borrell referindo-se à invasão russa da Ucrânia.

"Consideramos que Marrocos é o nosso parceiro mais dinâmico e próximo", sublinhou o Alto Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança Comum, embora instando Rabat a partilhar uma visão "mais ambiciosa" do acordo entre as duas partes.

O Alto Representante da UE fez estas declarações, no âmbito da visita oficial de dois dias que iniciou hoje ao país do Magrebe, numa conferência de imprensa conjunta com o Ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino, Nasser Bourita.

Entre as questões discutidas por ambos numa reunião, Borrell reconheceu que abordou as alegações de corrupção contra alguns membros do Parlamento Europeu, no caso conhecido como 'Qatargate' em que o embaixador de Marrocos na Polónia foi implicado por um dos envolvidos.

"Os acontecimentos são perturbadores e as acusações são graves", disse o Alto Representante, reiterando que a posição da UE sobre o assunto é "clara" e "não haverá tolerância à corrupção", mas há que "esperar os resultados da investigação em curso pelas autoridades judiciais".

Já o ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino, sem responder em concreto às questões sobre o caso, afirmou que o seu país é alvo de ataques mediáticos calculados e de assédio jurídico destinado a minar os laços com a União Europeia.

"Esta parceria é confrontada com um assédio judicial contínuo. Esta parceria é confrontada com repetidos ataques mediáticos. Esta parceria também é confrontada com ataques nas instituições europeias, particularmente no Parlamento, através de questões dirigidas a Marrocos, e que são o resultado de cálculos e de uma vontade de prejudicar esta parceria", disse Bourita.

O Qatar nega veementemente o envolvimento, mas Marrocos não respondeu publicamente às acusações feitas no quadro da investigação da Justiça belga a alegadas ofertas a eurodeputados e assistentes de grupos do Parlamento Europeu para influenciar decisões em Bruxelas a favor destes países.

Sob a acusação de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro, a polícia belga deteve vários suspeitos em 09 de dezembro, entre eles a ex-vice-presidente do PE Eva Kaili, entretanto destituída do cargo e retirada do grupo dos Socialistas & Democratas (S&D).

Também detidos foram o eurodeputado Andrea Cozzolino, o companheiro de Kaili, Francesco Giorgi - antigo assistente de Cozzolino -, e o ex-eurodeputado Pier Antonio Panzeri, numa operação que resultou na apreensão de malas de dinheiro com um total de 1,5 milhões de euros.

Leia Também: Bélgica adota recomendação da UE e exige teste a viajantes da China

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