"Agradeço a todos os nossos soldados que estão a proteger Bakhmout (...) e aos combatentes em Soledar que estão a resistir a novos ataques ainda mais violentos dos invasores", destacou o chefe de Estado ucraniano na mensagem noturna diária dirigida à população.
Zelensky sublinhou que a resistência das forças de Kiev está a permitir "ganhar mais tempo (...) à Ucrânia", apesar de apontar para um cenário onde "quase não restam paredes inteiras".
O chefe de Estado ucraniano questionou ainda qual o objetivo da Rússia naquela região onde "tudo está completamente destruído" e "quase não resta vida".
"Toda a terra sob Soledar está coberta pelos cadáveres dos invasores e pelas cicatrizes dos golpes", acrescentou.
O Presidente ucraniano já tinha alertado esta segunda-feira que a situação na frente de combate continua difícil, especialmente em Bakhmut e Soledar, mas que o Exército ucraniano está a mover unidades adicionais para reforçar a defesa naquelas localidades.
Por sua vez, o Exército ucraniano confirmou que Bakhmut, cidade do leste da Ucrânia, permanece "o ponto mais quente da frente" de combate, onde "decorrem intensos combates".
No domingo, a vice-ministra da Defesa ucraniana, Ganna Maliar, também se referiu a uma situação "muito difícil" em Soldear, 15 quilómetros a nordeste de Bakhmut.
Segundo os serviços de informações ucranianos, a Rússia prepara-se para desencadear novos ataques ao sistema energético do país, numa altura em que as temperaturas registam uma nova descida.
Estes combates ocorrem após um cessar-fogo unilateral de 36 horas decretado pelo Presidente russo, Vladimir Putin, por ocasião do Natal ortodoxo na sexta-feira e sábado. No entanto, as hostilidades prosseguiram durante a trégua, mas com menor intensidade.
A ofensiva militar da Rússia na Ucrânia começou há quase um ano e a ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos e 11.075 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
Os ataques causaram também o deslocamento, dentro e para fora da Ucrânia, de mais de 14 milhões de pessoas, numa crise de refugiados que a ONU classifica como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com o envio de armamento e ajuda económica e humanitária à Ucrânia e a imposição de sanções políticas e económicas sem precedentes a Moscovo.
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