"Exorto o Ministério do Interior e o Ministério dos Transportes a emitir, no prazo de 72 horas, um decreto interministerial que proíba o acesso de veículos de transporte público de passageiros às vias interurbanas entre as 23:00 locais e as 5:00", disse o primeiro-ministro senegalês, Amadou Ba, em declarações divulgadas hoje pela imprensa local.
Este anúncio surge a par de outras cerca de 20 medidas, depois de um conselho interministerial de segurança rodoviária se ter reunido esta segunda-feira durante cinco horas para fazer um "diagnóstico intransigente" da situação nas estradas do país.
"Seremos intransigentes com aqueles que infringirem as regras emanadas para garantir a integridade física dos nossos concidadãos (...) Isto deve ser remediado", afirmou o primeiro-ministro no final do encontro, segundo a Agência Senegalesa de Imprensa (APS).
"Digo isso com absoluta determinação, as ações seguirão e não devem ser adiadas ou comprometidas", acrescentou.
As outras medidas anunciadas incluem a limitação da duração da operação a 10 anos para veículos de passageiros e 15 para mercadorias, um projeto para proibir a importação de pneus usados, ?e a velocidade máxima dos veículos que transportam passageiros e mercadorias deve ser de 90 quilómetros por hora.
No domingo, pelo menos 40 pessoas morreram e 78 ficaram feridas pelo choque de dois autocarros perto da cidade de Sikilo, na região de Kaffrine, a mais de 200 quilómetros a sudeste da capital, Dacar.
De acordo com informação do Ministério Público da República, a investigação preliminar da Polícia Judiciária indicou que, após o estouro de um pneu, um dos autocarros saiu da sua trajetória e colidiu frontalmente com o outro que vinha no sentido contrário.
Após o grave acidente, o Presidente senegalês, Macky Sall, decretou "luto nacional de três dias" a partir desta segunda-feira.
O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, transmitiu condolências ao seu homólogo do Senegal.
"O Presidente da República enviou uma mensagem de sentidas condolências e de solidariedade ao Presidente do Senegal, Macky Sall, e a todo o povo senegalês, lamentando as trágicas consequências do acidente que envolveu dois autocarros em Gniby, no centro do país, e que resultou na perda de numerosas vidas humanas e vários feridos graves", lê-se numa nota colocada no site da Presidência.
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