"Aqueles que têm acesso a informações classificadas têm o dever e a obrigação de protegê-las", disse Turner na carta enviada a Haines, acrescentando que "esta questão exige uma revisão completa e minuciosa".
Na noite de segunda-feira, o assessor jurídico de Biden, Richard Sauber, informou que os advogados do Presidente descobriram, e, novembro último, um "pequeno número de documentos classificados" num "armário trancado" no Penn Biden Center, um 'think tank' ligado à Universidade da Pensilvânia, e procederam à entrega dos mesmos ao Arquivo Nacional, responsável por preservar esse tipo de material.
Na sequência dessa descoberta, o procurador-geral norte-americano, Merrick Garland, pediu ao procurador-geral de Chicago para investigar o assunto, segundo indicou à rede CNN uma fonte familiarizada com o processo.
Independentemente da revisão dos documentos pelo Departamento de Justiça, a revelação de que Biden potencialmente possa ter tratado de forma incorreta os registos confidenciais pode comprometer o chefe de Estado, que classificou de "irresponsável" a decisão do ex-presidente Donald Trump de manter centenas de tais documentos na sua mansão na Florida.
Biden ignorou hoje perguntas feitas por jornalistas durante uma reunião bilateral com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, no México, mas vários congressistas Democratas saíram em defesa de Joe Biden.
"Vamos apoiar o facto de o Presidente estar a seguir este protocolo estabelecido, ele fez a coisa certa", disse o congressista Democrata Pete Aguilar, membro da liderança do partido na Câmara de Representantes, acusando ainda o Partido Republicano de "hipocrisia".
"Isto é a hipocrisia republicana no seu melhor", disse Aguilar numa conferência de imprensa.
Antes de Biden, também o ex-presidente norte-americano Donald Trump se viu envolvido numa polémica referente à retenção irregular de documentos confidenciais.
Quando saiu da Casa Branca, Donald Trump levou consigo caixas inteiras de documentos, embora uma lei de 1978 obrigue qualquer presidente norte-americano a entregar ao Arquivo Nacional todos os seus e-mails, cartas e outros documentos de trabalho.
Em janeiro, Trump devolveu 15 caixas, mas uma investigação, a Polícia Federal estimou que o magnata provavelmente mantinha outros arquivos na sua luxuosa residência em Mar-a-Lago, na Florida.
Nesse sentido, agentes do FBI realizaram uma vasta busca à mansão de Trump em 08 de agosto, com base num mandado de "retenção de documentos confidenciais" e "obstrução a uma investigação federal", e apreenderam cerca de trinta outras caixas.
Iniciou-se então uma intensa batalha legal para determinar a natureza dos documentos apreendidos, alguns deles marcados como "ultrassecreto", "secreto" ou "confidencial".
Nesta segunda-feira, Trump questionou a atuação do FBI face à descoberta de documentos confidenciais de Biden.
"Quando é que o FBI vai invadir as muitas casas de Joe Biden, talvez até a Casa Branca? Esses documentos definitivamente não foram desclassificados", escreveu Trump na sua rede social, a Truth Social.
Ainda na noite de segunda-feira, o congressista James Comer, presidente do Comité de Supervisão da Câmara de Representantes, disse a jornalistas que o tratamento dado à descoberta de documentos classificados pelos advogados de Joe Biden demonstra um sistema de justiça de "dois níveis".
"A Casa Branca vai ser invadida? Eles vão invadir o Centro Biden? Não sei. Esta é uma preocupação adicional de que há um sistema de justiça de dois níveis dentro do Departamento de Justiça sobre como eles tratam os Republicanos e os Democratas ... certamente como eles tratam o ex-presidente e o atual Presidente", avaliou Comer.
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