"As suas mentiras não eram meras mentiras. Ele desgraçou a Câmara dos Representantes", disse Joseph Cairo, presidente do Comité Republicano do Condado de Nassau, no estado de Nova Iorque, em conferência de imprensa.
"Ele não é bem-vindo aqui, na sede Republicana", acrescentou.
A nível local, o partido não tem mecanismos para tirar Santos do cargo. O congressista, filho de imigrantes brasileiros, tomou posse na Câmara dos Representantes norte-americana na semana passada.
Na terça-feira, dois Democratas de Nova Iorque pediram ao Comité de Ética da câmara baixa do Congresso para investigar Santos.
Os congressistas Ritchie Torres e Dan Goldman, numa carta enviada ao comité, disseram que Santos também falhou em apresentar de forma "oportuna, precisa e completa" relatórios de divulgação financeira, e que os que apresentou são "escassos e desconcertantes".
No início desta semana, o Campaign Legal Center - um grupo apartidário de vigilância governamental sem fins lucrativos - apresentou uma queixa à Comissão Eleitoral Federal e pediu aos reguladores que investiguem Santos.
A "montanha de mentiras" que Santos propagou durante a campanha, sobre a sua história de vida e qualificações, disse o Campaign Legal Center, deveria levar a comissão a "investigar minuciosamente o que parecem ser mentiras igualmente descaradas sobre como a sua campanha arrecadou e gastou dinheiro".
Inicialmente, a vitória de Santos, um Republicano assumidamente homossexual que conquistou para o seu partido um lugar na Câmara de Representantes por Long Island ocupado pelos Democratas há uma década, foi vista como um dos pontos positivos do seu partido numas eleições intercalares bastante dececionantes para os Republicanos.
Mas quando começaram a surgir relatos de que Santos havia mentido sobre ter ascendência judaica, uma carreira nas principais empresas de Wall Street e um diploma universitário, o congressista transformou-se num embaraço para o partido, que assumiu o controlo da Câmara de Representantes.
Santos, um fiel apoiante do ex-presidente Donald Trump, concorreu pela primeira vez ao Congresso em 2020, perdendo para Tom Suozzi, um Democrata. Voltou a concorrer em 2022, enfrentando o Democrata Robert Zimmerman num distrito que inclui alguns subúrbios de Long Island e uma pequena fatia do Queens, saindo vitorioso.
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