Através do seu porta-voz, António Guterres disse estar a "acompanhar com preocupação" a situação no país sul-americano, onde cerca de 50 pessoas morreram na sequência de violentos protestos nas últimas quatro semanas.
Segundo o porta-voz, Stéphane Dujarric, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) "insta as autoridades a assegurar o respeito pelos direitos humanos e a garantir que seja realizada uma investigação diligente, independente, imparcial e transparente sobre as acusações de uso excessivo da força e violações dos direitos humanos".
Guterres destaca ainda que as manifestações têm de ser pacíficas e têm de respeitar a vida e a propriedade privada.
O Peru viveu um trágico dia de protestos na última segunda-feira na região sul de Puno, onde pelo menos 17 manifestantes e um polícia morreram na sequência de protestos que degeneraram em confrontos.
Além de Guterres, vários órgãos da ONU, como a representação da organização no Peru e o Escritório de Direitos Humanos, manifestaram preocupação com a situação no país.
Desde dezembro, o país tem sido palco de protestos contra a deposição do ex-Presidente peruano Pedro Castillo. Na altura, Dina Boluarte, então vice-presidente, assumiu o poder.
Os manifestantes exigem a demissão da Presidente, Dina Boluarte, a dissolução do Congresso, a convocação de uma assembleia constituinte e a realização de eleições gerais antecipadas em 2023.
No Natal, foi registado um período de trégua que durou até à última quarta-feira, quando recomeçaram os protestos concentrados no sul do país, especialmente em Puno e em Cuzco.
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