Hipótese de ajuda a civis em Soledar e Bakhmut muito reduzidas, diz ONU

A ONU alertou hoje para a situação dos civis que permanecem nas cidades ucranianas de Soledar e Bakhmut, alvo de ataques pelas forças russas, frisando que, perante os intensos combates, as hipóteses de retirada ou assistência são muito reduzidas.

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Lusa
12/01/2023 06:23 ‧ 12/01/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

A organização liderada por António Guterres, que cita dados das autoridades locais, adiantou que cerca de 7.500 civis permanecem nas cidades de Soledar e Bakhmut, na região ucraniana de Donetsk, alvo de bombardeamentos por Moscovo.

"Com casas e infraestrutura destruídas ou gravemente danificadas, as pessoas procuram abrigo em abrigos. Devido ao duro combate, a capacidade de prestar assistência ou retirar os moradores remanescentes é muito limitada", realçou o porta-voz das Nações Unidas, Stephane Dujarric.

Nas últimas horas, a empresa militar privada russa Wagner anunciou que assumiu o controlo de "todo o território de Soledar", embora algumas horas depois o Ministério da Defesa russo tenha apontado que várias centenas de soldados ucranianos ainda oferecem resistência no centro daquela cidade, praticamente reduzida a ruínas após meses de combates.

Por outro lado, Kyiv negou que a cidade, considerada um dos redutos das linhas defensivas ucranianas naquele setor da frente de combate no Donbass, tenha caído sob o controlo russo.

Soledar, outrora conhecida pelas suas minas de sal, está localizada perto da cidade maior de Bakhmut, que os ucranianos continuam a defender há vários meses contra ondas de ataques das forças russas.

A organização norte-americana Instituto para o Estudo da Guerra assegura que, apesar dos avanços perto de Soledar, as forças russas, auxiliadas pelo grupo Wagner, ainda não conseguiram o controlo total desta cidade.

A sua eventual captura permitirá a Moscovo reivindicar uma importante vitória militar, após vários reveses desde setembro, além de permitir ao líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigojine, reforçar a sua crescente influência no cenário político russo.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Peru. Guterres "profundamente chocado" com número de mortes em protestos

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