"Chegará o dia em que uma bandeira ucraniana vai estar ao lado das da UE"
O chefe de Estado da Ucrânia referiu no seu discurso diário que a situação em Soledar é "assunto prioritário nas reuniões internas, e que foram analisados "em detalhe" quais os novos passos a dar.
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Mundo Ucrânia/Rússia
O presidente da Ucrânia analisou, esta quinta-feira, quais os próximos passos mais importantes a dar no combate com as tropas russas, assim como falou sobre a eventual integração da Ucrânia na União Europeia.
"Ouvi com confiança que chegará o dia em que uma bandeira ucraniana vai estar ao lado das da União Europeia (UE)", referiu Voldoymyr Zelensky durante o seu discurso diário.
O responsável referia-se às conversações com o presidente do parlamento da Letónia, Edvards Smiltēns, que visitou Kyiv. "A Letónia vai ajudar-nos com isto", acrescentou, referindo: "Já agora, a Letónia é um dos países que em termos de percentagem do PIB [Produto Interno Bruto] nos tem ajudado mais ao longo do último ano. Julgo que esta tendência é para continuar".
Para além de notar a ajuda do país báltico, Zelensky referiu ainda o Luxemburgo e o Chipre, cujas "vozes são extremamente importantes" para a Ucrânia.
O líder ucraniano referiu-se ainda às reuniões internas que teve. "Claro que o assunto prioritário é Soledar, Bakhmut, a região de Donetsk em geral. Analisámos em detalhe as decisões necessárias, que reforços são precisos e que passos deverão ser tomados pelos comandantes nos próximos dias", explicou, referindo ainda que as tropas ucranianas estão a defender o local. Também a questão do fornecimento de armas e munições foi discutida.
Zelensky referiu ainda a chamada 'Fórmula da Paz', uma ideia que nos últimos dias tem sido novamente falada, agradecendo todo o apoio que tem sido dado, assim como sublinhando a "vontade de acabar com a agressão russa o mais rapidamente possível". A iniciativa foi apoiada esta semana pela Turquia, que referiu que o caminho para a paz se 'servia à mesa' das negociações. "A Rússia assegura que está pronta para negociações agora. Zelensky propôs um plano de paz de dez pontos. Nós, a Turquia, apoiamos esse plano e prosseguiremos o nosso trabalho", indicou o chefe da diplomacia turca, na quarta-feira.
O chefe de Estado da Ucrânia falou ainda sobre a criação de 'hubs' de alimentos em África, ou seja, instalações para armazenar e gerir a comida no continente, e as conversações que têm existido com alguns líderes africanos neste sentido.
"Já sentiram que a segurança de diferentes nações depende diretamente das exportações de alimentos ucranianos. E queremos consolidar isso no nível de instituições específicas, objetos específicos - 'hubs', ou seja, garantias específicas de estabilidade alimentar que estarão em vigor constantemente e serão um dos novos alicerces das relações entre a Ucrânia e os estados do continente africano", rematou.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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