O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, desvalorizou, esta segunda-feira, o envio de tanques do Reino Unido à Ucrânia e frisou que os veículos “vão arder tal como os outros”.
A posição de Moscovo surge após uma conversa entre o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na qual foi anunciado o envio de 14 tanques Challenger 2 e sistemas de artilharia adicionais.
“Estão a usar este país [a Ucrânia] como instrumento para alcançar os seus objetivos antirrussos”, afirmou Peskov, em conferência de imprensa, após ter sido questionado sobre o envio dos veículos.
“Estes tanques estão a arder e vão arder tal como os outros”, atirou, acrescentando que o envio de armamento não iria alterar a situação no terreno.
Com o envio dos Challenger 2, o Reino Unido torna-se na primeira potência ocidental a enviar tanques de primeira linha para Kyiv, que tem multiplicado os pedidos de apoio em material e equipamento militares. Isto apesar dos receios, no seio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), de que esta decisão possa ser considerada pela Rússia como uma escalada da guerra.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de sete mil civis morreram e mais de 11 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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