O opositor russo Alexei Navalny assinalou, esta terça-feira, o segundo aniversário desde o seu regresso à Rússia, que culminou na sua detenção num aeroporto de Moscovo. Num desabafo, na rede social Twitter, o opositor do presidente Vladimir Putin afirmou que a “miserável e exausta” Rússia “precisa de ser salva”, após ter sido “ferida, arrastada para uma guerra agressiva e transformada numa prisão”.
“A nossa pátria, miserável e exausta, precisa de ser salva. Foi roubada, ferida, arrastada para uma guerra agressiva e transformada numa prisão dirigida pelos patifes mais sem escrúpulos e enganosos”, afirmou, acrescentando que “qualquer oposição a este bando - mesmo que apenas simbólica - é importante”.
“Eu disse-o há dois anos, e vou dizê-lo novamente: A Rússia é o meu país. Nasci e cresci aqui, os meus pais estão aqui, e fiz aqui uma família - encontrei uma pessoa e tive filhos com ela”, frisou.
Na mesma nota, Nalvany defendeu ser “um cidadão de pleno direito” e que tem “direito” a unir-se a “pessoas com as mesmas convicções e a ser politicamente ativo”. “Há muitos de nós, certamente mais do que juízes corruptos, propagandistas mentirosos, e bandidos do Kremlin”, afirmou.
“Não lhes vou entregar o meu país, e acredito que a escuridão acabará por desvanecer-se. Mas enquanto ela persistir, farei tudo o que estiver ao meu alcance, tentarei fazer o que está certo, e exorto todos a não abandonar a esperança. A Rússia será feliz!”, atirou.
1/6 It has been exactly two years since I returned to Russia. I have spent these two years in prison. When you write a post like this, you have to ask yourself: How many more of such anniversary posts will you have to write?
— Alexey Navalny (@navalny) January 17, 2023
Sublinhe-se que o opositor do regime do presidente russo estava a cumprir pena em liberdade condicional após ter sido acusado de fraude – uma acusação que diz ter sido fabricada – quando foi envenenado com um agente neurotóxico do tipo Novitchok, em agosto de 2020.
Após aquela que considera ser uma tentativa de assassinato por parte do Kremlin, o opositor de 46 anos foi transferido, a pedido da mulher, da Sibéria para a Alemanha para recuperar. Foi detido ao voltar para a Rússia, a 17 de janeiro de 2021.
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