"Estamos a realizar uma investigação para esclarecer todas as circunstâncias e identificar todos os envolvidos neste crime da Rússia contra civis da Ucrânia", afirmou Zelensky na sua conta no Telegram, acrescentando: "Com certeza encontraremos todos os que causaram esse terror. Todos os envolvidos neste e noutros ataques com mísseis contra a Ucrânia serão encontrados e responsabilizados".
O líder ucraniano confirmou a suspensão das buscas por sobreviventes e referiu-se ao último balanço do ataque ocorrido no sábado, dando conta de 45 mortos, incluindo seis crianças, 79 feridos, numa torre residencial onde viviam 1.700 pessoas e onde 72 apartamentos ficaram completamente destruídos e 230 danificados.
"Dei instruções para simplificar e agilizar a prestação de assistência às vítimas para que as pessoas possam o mais rapidamente possível começar a reconstruir as suas vidas após esta tragédia", disse ainda Zelensky.
O ataque de sábado, atribuído às forças russas, que negam a sua autoria, é um dos mais graves envolvendo civis desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado.
As autoridades locais decretaram três dias de luto, na sequência do ataque.
O Presidente ucraniano afirmara, no domingo, que o ataque foi conduzido pelas forças russas a partir da região de Kursk, a algumas centenas de quilómetros de Dnipro, embora a Rússia tenha negado o bombardeamento do edifício residencial, atribuindo a culpa à defesa aérea da Ucrânia.
Volodymyr Zelensky também defendeu hoje que o ataque mortal russo ao prédio residencial em Dnipro "exige novas decisões no fornecimento" de equipamento militar por parte dos países ocidentais.
"O que aconteceu em Dnipro, o facto de a Rússia estar a preparar uma nova tentativa de tomar a iniciativa na guerra, o facto de que a natureza das hostilidades na frente [de combate] exige novas decisões no fornecimento de defesa -- tudo isso apenas enfatiza a importância de coordenar os nossos esforços", sublinhou o chefe de Estado ucraniano.
Para a União Europeia (UE), o sucedido na cidade de Dnipro foi um "crime de guerra" executado pelas forças russas.
Na frente diplomática, vários países ocidentais reafirmaram o seu apoio ao aliado ucraniano.
No sábado, Londres anunciou a entrega a Kiev de veículos blindados Challenger 2, que será a primeira entrega de blindados pesados de fabrico ocidental à Ucrânia.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, enfrenta uma pressão crescente de vários líderes europeus - hoje no Fórum Económico Mundial em Davos (Suíça) - para autorizar a entrega à Ucrânia, inclusive por países terceiros que estão equipados, de tanques Leopard 2, que Kiev vem pedindo há semanas.
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