"Uma outra fase foi posta em marcha pelos terroristas. Do lado militar, os nossos homens estão determinados a confrontá-los, por isso começam a atacar civis inocentes, a humilhá-los, a matá-los", afirmou Traoré, durante uma reunião na Universidade de Ouagadougou com estudantes de todo o país.
Na quinta e sexta-feira, cerca de 50 mulheres foram raptadas por presumíveis terroristas em duas localidades a norte e oeste da cidade de Arbinda, de acordo com as autoridades da região.
Estão em curso buscas terrestres e aéreas para as encontrar. A Organização das Nações Unidas (ONU) exigiu a sua libertação "imediata".
O capitão Traore chegou ao poder no final de setembro através de um golpe, o seu segundo em oito meses, e prometeu combater a violência terrorista que tem visado tanto o pessoal militar como os civis, durante vários anos.
"O número de ataques tem vindo a aumentar desde outubro", disse, referindo que os grupos 'jihadistas' que operam no norte e leste do país tinham "começado a trabalhar" para "desencorajar as novas autoridades de transição desde o início".
"Estamos determinados a resolver esta questão terrorista. Não escolhemos esta guerra. O Burkina não atacou ninguém. Fomos atacados e temos vindo a defender-nos desde então", afirmou.
O Burkina Faso, especialmente na região norte, tem vindo a enfrentar ataques crescentes de grupos 'jihadistas' ligados à Al-Qaida e ao Estado Islâmico desde 2015, os quais causaram milhares de mortos e pelo menos dois milhões de deslocados.
Vários locais do norte, incluindo Arbinda, onde as mulheres foram raptadas, encontram-se numa área bloqueada por grupos extremistas islâmicos e têm um abastecimento alimentar limitado.
De acordo com a ONU, quase um milhão de pessoas vivem atualmente nestas áreas bloqueadas no norte ou leste do país.
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