Este tratado, que prevê um reforço da relação bilateral sobre as questões migratórias, de defesa, de energia e da juventude, foi rubricado por Emmanuel Macron e Pedro Sánchez em Barcelona, no Museu Nacional de Arte da Catalunha.
"Altamente simbólico" para a Presidência francesa, é apenas o terceiro documento deste tipo assinado na Europa por França, depois do do Eliseu - assinado em 1963 com a Alemanha e posteriormente complementado pelo de Aix-la-Chapelle, em 2019 - e do do Quirinal, assinado com Itália em 2021.
Por seu lado, Espanha só assinou com Portugal um tratado comparável.
No encontro, os dois líderes europeus mostraram ter uma perspetiva comum sobre a necessidade de uma "resposta muito forte" aos enormes subsídios do plano de investimento do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na transição energética.
"Estamos ambos conscientes do facto de que é necessário reagir de forma muito forte", para "enviar uma mensagem muito clara às nossas empresas", declarou Macron à imprensa.
"A Europa atravessa um momento difícil, devido à guerra [russa na Ucrânia], mas também por causa de decisões comerciais tomadas por aliados da Europa, como os Estados Unidos", sublinhou, por sua vez, Sánchez.
"Saudamos que os Estados Unidos entrem na transição verde, mas devemos chegar a um acordo para que esse compromisso sobre a transição verde não signifique a desindustrialização da Europa", acrescentou o chefe do executivo espanhol.
O plano de investimento climático do Presidente norte-americano (Inflation Reduction Act, IRA), que prevê grandes ajudas às empresas dos setores dos veículos elétricos e das energias renováveis implantadas nos Estados Unidos está a provocar grande preocupação na União Europeia (UE).
Os Estados-membros estão atualmente a tentar obter revogações parciais do plano norte-americano, para reduzir o risco de que as empresas ou os produtos europeus sofram consequências negativas.
Mas Macron está em campo para convencer os seus parceiros da importância de aprovar um plano europeu com o mesmo nível de grandeza -- do qual vai no domingo com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
O comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, garantiu na semana passada em Madrid estar a "trabalhar" em medidas "comparáveis" aos enormes subsídios norte-americanos, com o objetivo de proteger a indústria europeia do risco de "distorção" da concorrência.
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