Varsóvia "convencida" de "formação de coligação" para entregar tanques
O ministro da Defesa polaco disse hoje estar convencido que os aliados reunidos em Ramstein, na Alemanha, vão conseguir formar uma coligação para entregar tanques Leopard à Ucrânia.
© ANDRE PAIN/AFP via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
"Estou convencido que a formação desta coligação acabará por ter sucesso", declarou Mariusz Blaszczak após a reunião de apoio à Ucrânia que decorreu na base aérea norte-americana de Ramstein, sudoeste da Alemanha.
A Polónia disse estar disponível em enviar à Ucrânia 14 tanques Leopard no âmbito de uma coligação internacional, com a autorização da Alemanha, que fabrica estes veículos militares.
"Esta esperança reside no facto de os ministros da Defesa de 15 países se terem reunido à margem da conferência de hoje e discutido" essa questão, disse o ministro, acrescentando que se iria encontrar com o seu homólogo alemão, Boris Pistorius.
Blaszczak também indicou que a Polónia, no âmbito do novo pacote militar destinado à Ucrânia, vai "equipar e formar soldados ucranianos ao nível de uma brigada".
"Trata-se de veículos de combate de infantaria e tanques T-72 usados", precisou.
Os Leopard são tanques pesados modernos construídos pela Alemanha e que diversos especialistas consideram cruciais para os combates que se perspetivam no leste da Ucrânia.
O Governo alemão adiou hoje a decisão sobre o fornecimento estes tanques no âmbito da reunião do Grupo de Contacto para a Ucrânia, afirmando que vai rever as reservas e disponibilidade deste material.
Durante a reunião a decorrer hoje na base militar norte-americana de Ramstein, na Alemanha, Boris Pistorius não descartou o envio, mas indicou que não existe um parecer unânime sobre o destacamento de tanques Leopard 2, de que Kiev afirma precisar para combater as forças russas na região de Donbass (leste da Ucrânia), confirmaram fontes diplomáticas à agência noticiosa espanhola Europa Press.
O Governo alemão vai, como passo prévio para um eventual envio destes veículos blindados reivindicados pela Ucrânia, rever as reservas e a disponibilidade.
Pistorius alegou ainda que está no cargo há pouco mais de 24 horas -- substituiu Christine Lambrecht, que se demitiu, fortemente questionada na sua gestão precisamente por causa dos apoios à Ucrânia -- e que deve pesar todos os aspetos antes de tomar uma decisão.
Rejeitou que haja uma "frente de aliados" maioritariamente a favor do envio a pressionar a Alemanha a desbloquear a autorização para que os Leopard -- tanques de fabrico alemão que exigem que a autorização desse país seja dada para serem fornecidos a terceiros -- sejam disponibilizados às forças ucranianas.
"Qualquer decisão sobre os Leopard será tomada em consenso com os aliados", acrescentou Pistorius, que assegurou que o seu Governo "não está sozinho" nesta opinião.
O ministro da Defesa insistiu ainda que o seu país "não deixará de apoiar a Ucrânia" e "durante o tempo que for necessário", recordando a forte contribuição alemã já dada a Kiev, apenas superada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido.
A partir de Berlim, o porta-voz do Governo, Steffen Hebestreit, negou que o executivo do chanceler Olaf Scholz tivesse tornado condição para fornecer tanques Leopard 2 à Ucrânia que os Estados Unidos enviassem tanques do tipo Abrams, que Washington descartou alegando razões logísticas.
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