A presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), a diplomata suíça Mirjana Spoljaric, esteve em Moscovo, nesta sexta-feira, onde reuniu com o vice-ministro da Defesa, Alexander Fomin, bem como com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, e a comissária de Direitos Humanos, Tatiana Moskalkova.
Esta é a primeira visita de Spoljaric a Moscovo desde que assumiu o cargo na Cruz Vermelha, em outubro do ano passado, e segue-se a uma visita à Ucrânia no mês passado.
"Até agora, o CICV obteve apenas acesso parcial a alguns prisioneiros para verificar as suas condições de detenção e tratamento, partilhar as tão esperadas notícias com as suas famílias e fornecer assistência básica. Milhares de prisioneiros que não vimos têm o direito a serem visitados", disse Spoljaric, em comunicado da CICV.
Em resposta, Moscovo exigiu "imparcialidade" da organização internacional, nas palavras de Lavrov, insistindo que a Ucrânia está, por sua vez, a torturar prisioneiros russos. "Estamos confiantes de que a abordagem equilibrada e responsável que o comité procura seguir em todas as regiões do mundo também é crucial em termos de desenvolvimentos dentro e ao redor da Ucrânia", observou Lavrov, citado pela agência russa TASS.
"Reafirmo o compromisso da Rússia com o direito humanitário internacional, certamente incluindo as convenções de Genebra. Estamos a tomar todas as precauções para proteger civis e instalações civis", enfatizou o ministro russo.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da ONU. A entidade confirmou ainda que já morreram, pelo menos, 7.031 civis, tendo 11.327 ficado feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
[Notícia atualizada às 19h52]
Leia Também: Varsóvia "convencida" de "formação de coligação" para entregar tanques