O mural surgiu após o canal russo RT ter emitido no início deste mês, e nas suas emissões em sérvio, publicidade do Wagner para recrutar mercenários na Sérvia.
A publicidade foi retirada de imediato, mas suscitou críticas do Governo sérvio.
"Porque fazem isso à Sérvia? Por que motivo o grupo Wagner convoca pessoas na Sérvia, se sabem que isso é contrário às nossas leis?", reagiu o Presidente Aleksandar Vucic.
"Não é justo por parte dos amigos russos", prosseguiu Vucic, antes de recordar que o país não se juntou às sanções impostas à Rússia pela invasão da Ucrânia e que a Sérvia acolheu milhares de russos desde o início da guerra.
A legislação sérvia proíbe aos seus cidadãos participarem em conflitos bélicos noutros países, apesar de diversas fotos e vídeos recentes terem confirmado a presença de sérvios nas fileiras das tropas russas que combatem na Ucrânia.
Grupos antimilitaristas de russos e ucranianos na Sérvia, com o apoio de advogados sérvios, apresentaram queixas judiciais à Procuradoria de Belgrado contra várias pessoas e devido às atividades do grupo paramilitar Wagner no país.
A Servia, candidata ao ingresso na União Europeia, é um aliado tradicional da Rússia, que se tem solidarizado nos fóruns internacionais com a posição de Belgrado sobre o não-reconhecimento da sua ex-província do Kosovo, com independência autoproclamada desde 2008.
Apesar de muitos sérvios, um povo eslavo e de religião ortodoxa, sentirem afinidades com a Rússia, o Governo de Belgrado tem defendido a integridade territorial da Ucrânia, apesar da anexação por Moscovo de diversas regiões do país vizinho, uma posição reafirmada na quinta-feira por Vucic durante a sua intervenção no Fórum de Davos.
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