A eventual doação de armas ocidentais mais poderosas às forças militares ucranianas conduzirão a uma "catástrofe global", pelo facto de constituírem uma ameaça para o território russo, avisou este domingo um aliado próximo do presidente russo, Vladimir Putin, aqui citado pela Reuters.
Segundo explicou o presidente da Duma (a câmara baixa do Parlamento da Rússia), Vyacheslav Volodin, numa publicação na rede social Telegram, o apoio dos Estados Unidos e da NATO ao país invadido está a conduzir todo o planeta para uma "guerra terrível". E acrescentou: "A entrega de armas ofensivas ao regime de Kyiv conduzirá a uma catástrofe global".
As declarações do principal responsável da Duma surgem na sequência de uma outra ameaça semelhante, proferida na semana passada por Dmitry Medvedev, antigo primeiro-ministro e presidente da Rússia.
Vyacheslav Volodin argumentou ainda: "Se Washington e os países da NATO fornecerem armas que serão utilizadas para atacar cidades civis e tentarem confiscar os nossos territórios, tal como ameaçam, isso conduzirá a medidas de retaliação utilizando armas mais poderosas".
Estas declarações surgem depois de, na semana passada, os parceiros ocidentais da Ucrânia terem prometido milhares de milhões de euros adicionais em armamento ao país invadido - ainda que não tenham conseguido persuadir a Alemanha a concordar com o fornecimento dos tanques de combate Leopard, detidos por um conjunto de países da NATO e de fabrico alemão. A disponibilização destes veículos depende, ainda assim, da aprovação de Berlim.
Ainda na perspetiva deste aliado do chefe de Estado russo, os "argumentos de que as potências nucleares não utilizaram anteriormente armas de destruição maciça em conflitos locais são insustentáveis".
Isto porque, acrescentou, "esses Estados não enfrentaram uma situação em que houvesse uma ameaça à segurança dos seus cidadãos e à integridade territorial dos seus países".
Vyacheslav Volodin é presidente da Duma já desde 2016, tendo anteriormente desempenhado um papel de alto nível na administração presidencial russa. Conta com um acesso privilegiado a Vladimir Putin, por ser ainda membro do Conselho de Segurança da Rússia.
De recordar que, desde o início da invasão russa, a 24 de fevereiro, a Rússia conseguiu assumir o controlo de algumas partes do território ucraniano, argumentando que nunca os irá devolver ao país invadido. Mas, por outro lado, Kyiv refere que a restauração da sua integridade territorial não está aberta a negociações.
Segundo os mais recentes cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU), o conflito deixou já mais de 11 mil civis feridos, com outros sete mil a terem perdido a vida.
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