O protesto pela libertação de Olivier Vandecasteele, convocado pela organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI) e por uma comissão de apoio ao trabalhador, decorreu numa praça no centro da capital belga.
Em declarações à televisão RTL, o porta-voz da AI na Bélgica, Ludovic Laus, disse que a iniciativa visou pressionar as autoridades belgas para que "usem todos os meios para conseguirem a libertação" de Olivier Vandecasteele, detido desde fevereiro de 2022 no Irão em condições que "equivalem a tortura e a maus-tratos".
Durante a concentração, que, segundo o jornal Le Soir, teve 1.200 participantes, vários familiares e amigos de Vandecasteele, trabalhadores humanitários e representantes da AI tomaram a palavra.
O protesto de hoje seguiu-se ao ocorrido há dez dias na cidade de Tournai, de onde Olivier Vandecasteele é natural, e que reuniu centenas de pessoas.
Teerão acusa Vandecasteele de espionagem e de cooperar com os Estados Unidos depois de ter trabalhado durante seis anos no Irão para organizações não-governamentais internacionais.
A chefe da diplomacia belga, Hadja Lahbib, que considerou arbitrária a detenção do trabalhador humanitário, convocou o embaixador iraniano em Bruxelas e assegurou que o Irão não deu informação oficial sobre as acusações imputadas a Vandecasteele e sobre a sua sentença.
O futuro de Olivier Vandecasteele parece estar ligado ao do diplomata iraniano Assadollah Assadi, que cumpre na Bélgica 21 anos de prisão por terrorismo, ao ter participado em 2018 na tentativa de atentado contra uma reunião de opositores ao regime iraniano em Paris, França.
Bélgica e Irão concluíram um tratado para permitir a troca de pessoas condenadas, mas em dezembro o Tribunal Constitucional belga suspendeu a sua aplicação até pronunciar-se sobre o recurso apresentado por organizações de opositores iranianos contra o acordo.
Leia Também: Irão. Trinta presas políticas exigem fim das execuções de manifestantes