EUA lamentam queima de Alcorão na Suécia e apelam ao fim do veto turco
Os Estados Unidos lamentaram segunda-feira a queima de um Alcorão em frente à embaixada turca em Estocolmo, que causou indignação ao Presidente turco, mas insistiram que Ancara deve ratificar a adesão dos escandinavos à NATO o mais rápido possível.
© Hakan Akgun/ dia images via Getty Images
Mundo NATO
O chefe de Estado turco, Recep Tayyip Erdogan, disse hoje que a Suécia deixará de contar com o apoio do seu país na candidatura à NATO, após Estocolmo ter autorizado a realização de uma manifestação anti-turca no sábado.
Em conferência de imprensa, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, sublinhou que a posição do governo liderado por Joe Biden é que "a Finlândia e a Suécia estão prontas para aderir à Aliança Atlântica".
"Deixamos isso muito claro, quer em público, como em particular", sublinhou.
Ned Price considerou a queima do Alcorão "desrespeitosa e repugnante", mas afirmou que esse tipo de ação é "legal" em países democráticos onde há liberdade de expressão e reunião.
"Nem sempre tudo que é legal é adequado", explicou.
O porta-voz do Departamento de Estado acrescentou que uma das razões pelas quais a Suécia pode aderir à Aliança Atlântica é precisamente por ser uma "democracia avançada", para além das suas capacidades militares.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia já tinha convocado na sexta-feira o embaixador da Suécia em Ancara, para protestar contra a autorização de uma manifestação marcada por um grupo extremista para Estocolmo, com o objetivo de queimar o Corão frente à Embaixada turca na capital sueca.
No sábado, por causa da manifestação do dia anterior em Estocolmo, a Turquia também cancelou uma visita do ministro da Defesa sueco.
"A Suécia não pode esperar o nosso apoio [na adesão] à NATO. Se não respeitar as crenças religiosas da República da Turquia ou dos muçulmanos, não receberá nenhum apoio nosso", garantiu hoje o Presidente turco.
A Turquia exigiu à Suécia e à Finlândia medidas concretas contra grupos de ativistas curdos estabelecidos nestes países nórdicos como condição para apoiar o pedido de adesão à NATO, formalizado em maio de 2021, no âmbito da alteração do quadro de segurança europeu, após a invasão russa da Ucrânia.
O governo turco já tinha protestado, recentemente, contra a destruição de uma efígie de Erdogan durante uma outra manifestação, o que provocou um impasse no processo de alargamento da NATO.
A Suécia e Finlândia dependem da aprovação dos 30 estados membros da Aliança Atlântica para aderir à organização, mas por enquanto só contam com a aprovação de 28, incluindo Portugal, já que, além da Turquia, falta ainda a Hungria dar 'luz verde'.
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