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Acusações de corrupção levam a mais duas saídas do Governo de Zelensky

O ministro adjunto da Defesa da Ucrânia, Vyacheslav Shapovalov, e o procurador-geral adjunto da Ucrânia, Oleksiy Symonenko, foram afastados dos seus cargos, depois de, esta manhã, já ter sido anunciada a demissão do vice-chefe do gabinete presidencial.

Acusações de corrupção levam a mais duas saídas do Governo de Zelensky
Notícias ao Minuto

09:14 - 24/01/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

O ministro adjunto da Defesa da Ucrânia, Vyacheslav Shapovalov, e o procurador-geral adjunto da Ucrânia, Oleksiy Symonenko, estão de saída dos seus cargos no governo ucraniano, após o presidente Volodymyr Zelensky dar conta que iria haver mudanças dos altos cargos governamentais.

O ministro adjunto da Defesa da Ucrânia, Vyacheslav Shapovalov, demitiu-se, avançou a agência Reuters, depois das acusações de corrupção, publicadas na imprensa da Ucrânia sobre alegadas compras de material logístico militar a "preços inflacionados".

"Mesmo que estas acusações sejam infundadas, a saída de Shapovalo vai preservar a confiança da sociedade e dos parceiros internacionais, assim como assegurar a objetividade" e todos os esforços para o esclarecimento do caso, disse o Ministério da Defesa através de um comunicado.

Pouco depois, o procurador-geral adjunto da Ucrânia, Oleksiy Symonenko, foi destituído do seu cargo durante as mudanças levadas a cabo por Zelensky.

De acordo com a agência Reuters, não foram avançados motivos para a decisão, mas terá sido "de acordo com o seu próprio desejo".

O jornal Ukrainska Pravda avançou que Symonenko esteve recentemente de férias em Espanha, embora as viagens ao estrangeiro, exceto para fins profissionais, sejam proibidas aos ucranianos do sexo masculino, com idade para combater.

De acordo com a publicação, o agora ex-vice-procurador-geral viajou num automóvel que pertencia a um empresário ucraniano, fazendo-se acompanhar de um guarda-costas. 

Também ao início da manhã desta terça-feira, o vice-chefe do gabinete presidencial, Kyrylo Tymoshenko, demitiu-se do seu cargo, agradecendo a Zelensky "pela confiança e pela oportunidade de fazer boas ações todos os dias e a todos os minutos".

Tymoshenko é um dos poucos ajudantes do atual chefe de Estado que se mantinha no cargo desde a eleição de Zelensky, em 2019, e que supervisionou recentemente os projetos de reconstrução das instalações danificadas pelos ataques russos. 

Tymoshenko esteve envolvido em vários escândalos durante e antes da última invasão da Rússia.

Em outubro do ano passado, foi acusado de utilizar um veículo todo-o-terreno doado à Ucrânia pelo grupo norte-americano General Motors para fins humanitários.

Após as revelações sobre o uso do veículo, Tymoshenko disse que estava a transferir o veículo para uma área próxima da linha da frente.

De acordo com a publicação ucraniana Hromdska prevê-se que Tymoshenko venha a ser substituído por Oleksy Kuleba, atualmente chefe da Administração Militar Regional de Kyiv.

O mesmo jornal refere que os chefes das administrações militares e civis nas regiões de Sumy, Dnipro, Zaporíjia e Kherson também vão renunciar os cargos que ocupam nas próximas horas. 

Recorde-se que o presidente ucraniano anunciou, na noite de segunda-feira, que iria haver mudanças de altos cargos no governo e nas regiões no espaço de um dia. "Já existem decisões relativas a funcionários de vários cargos nos ministérios e outras estruturas do governo central, bem como nas regiões e no sistema de aplicação da lei", acrescentou o líder ucraniano.

Os afastamentos de hoje seguem-se à demissão do vice-ministro ucraniano das Infra-Estruturas, Vasyl Lozynsky, por suspeita de receber um suborno de 400 mil dólares para supostamente "facilitar" a compra de geradores a preços inflacionados, numa altura em que o país enfrenta cortes generalizados de energia na sequência dos ataques das forças russas contra as infra estruturas energéticas.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

Leia Também: "Honrado". Vice-chefe do gabinete de Zelensky apresenta demissão

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