A decisão, que a confirmar-se representa uma mudança de planos por parte da administração de Joe Biden sobre estes tanques de guerra de fabrico norte-americano, pode ser anunciada esta quarta-feira, embora possa levar meses ou anos até que os M1 Abrams sejam entregues, noticiou a agência Associated Press (AP).
Altos responsáveis dos EUA adiantaram à AP, sob condição de anonimato, que os detalhes ainda estão a ser trabalhados, mas que o anúncio pode ocorrer em coordenação com a autorização da Alemanha ao pedido da Polónia para transferir para Kiev os tanques Leopard 2 de fabrico alemão.
O porta-voz do Departamento de Defesa norte-americano (Pentágono) disse hoje que "no momento" os EUA não têm nenhum anúncio para fazer sobre as notícias do envio dos Abrams à Ucrânia.
Em conferência de imprensa, Pat Ryder recordou que o seu país continua em contacto "estreito" com os ucranianos e aliados internacionais sobre os requisitos de segurança mais urgentes para Kiev.
Uma das fontes oficiais referiu à AP que a compra destes tanques será integrada num próximo pacote da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia, que fornece financiamento de longo alcance para armas e equipamentos a serem comprados a fornecedores comerciais.
As armas fornecidas através desta iniciativa podem levar muitos meses ou vários anos para chegarem ao campo de batalha, sendo que grande parte da ajuda foi enviada até agora através de um programa separado que utiliza as reservas do Pentágono para enviar armas mais rapidamente para a Ucrânia.
Também não foram imediatamente divulgados quantos tanques podem ser enviados.
Até agora, os Estados Unidos resistiram a aprovar o fornecimento dos seus próprios tanques M1 Abrams para a Ucrânia, apontando para a necessidade de manutenção extensa e complexa ou desafios logísticos com estes veículos altamente tecnológicos.
Washington defendeu que seria mais produtivo enviar os Leopard 2 alemães, já que muitos aliados os possuem e as tropas ucranianas precisariam de menos treino para a sua utilização, em comparação com o complexo Abrams.
Os possíveis planos para enviar os tanques norte-americanos tinha sido divulgados pela primeira vez pelo The Wall Street Journal.
Esta noticiada mudança de planos em Washington surge alguns dias depois da reunião liderada pelo Grupo de Contacto para a Ucrânia, que decorreu na Alemanha e juntou mais de 50 nações, onde os tanques de combate foram o principal tópico de discussão.
As autoridades ucranianas têm apelado ao envio de tanques com urgência e, no domingo, Berlim garantiu que não impediria outros países de enviar os Leopard 2 para a Ucrânia, mas a Alemanha tem de dar o aval para este tipo de entregas.
O ministro da Defesa polaco, Mariusz Blaszczak, adiantou hoje que a Polónia solicitou oficialmente permissão à Alemanha para transferir os seus tanques de combate Leopard 2 para as forças de Kiev.
O semanário alemão Der Spiegel avançou hoje que a Alemanha aprovou o envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia e está disposta a autorizar a transferência para aquele país de pelo menos uma companhia do modelo Leopard 2A6.
A agência EFE, citando o Der Spiegel e o canal de televisão NTV, acrescenta que o Exército alemão disponibilizará tanques do modelo Leopard 2A6 e que o Governo de Olaf Scholz autoriza os outros países a reexportarem unidades dos Leopard 2 comprados à Alemanha.
Numa conferência de imprensa em Berlim com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, também hoje o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius tinha já encorajado os países que pretendem fornecer tanques Leopard à Ucrânia a iniciar o treino dos militares ucranianos que os venham a operar.
[Notícia atualizada às 19h05]
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