Mais seis responsáveis demitidos em escândalo de corrupção na Ucrânia

Pelo menos seis responsáveis ucranianos foram hoje demitidos de funções, juntando-se a outros 13 decisores que já tinham sido afastados na terça-feira por suspeitas de corrupção ligada a fornecimentos sobretudo de bens alimentares ao exército.

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Lusa
25/01/2023 16:36 ‧ 25/01/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

A Procuradoria-geral da Ucrânia anunciou, em comunicado hoje divulgado, a saída "pelo seu próprio pedido" de cinco procuradores das regiões de Zaporijia (sul), Kirovograd (centro), Poltava, Sumy e Cherniguiv (norte).

Também o chefe do departamento de compras do exército, Bodgan Khmelnytsky, foi hoje demitido, depois de ter sido suspenso em dezembro, avançou o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov, numa mensagem publicada na rede social Facebook.

As demissões de hoje aconteceram um dia depois de uma série de renúncias e demissões, tendo sido expulsos cinco governadores regionais, quatro vice-ministros e dois responsáveis de uma agência governamental, além do diretor adjunto da administração presidencial e do vice-procurador-geral da República.

Na origem da remodelação esteve um escândalo relativo a um contrato assinado pelo Ministério da Defesa a um preço alegadamente sobrevalorizado para fornecimento de produtos alimentares destinados aos militares.

Segundo a presidente do comité anticorrupção do parlamento ucraniano, Anastassia Ardina, o Ministério da Defesa admitiu hoje que "houve erros" no contrato, garantindo que estão a ser feitas "revisões aos preços" para os corrigir.

Reznikov tinha inicialmente referido que o escândalo se baseava em "acusações infundadas" sob "falsos pretextos", mas hoje, o ministério anunciou, na rede de mensagens Telegram, que tem em curso uma reforma do sistema de alimentação do exército.

Nem todas as demissões estão relacionadas com este escândalo e algumas foram causadas por suspeitas de outros tipos de crime.

Este é o primeiro grande caso de corrupção conhecido na Ucrânia desde a invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022, e surge num momento em que os aliados ocidentais de Kyiv se preparam para enviar tanques modernos e outras ajudas militares.

Antes da guerra, o país já era regularmente abalado por escândalos de corrupção semelhantes.

Na terça-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, realçou que as remodelações do seu Governo são necessárias para a "aproximação às instituições europeias" e assegurou que vai continuar a "tomar as medidas adequadas".

"Quaisquer questões internas que atrapalhem o Estado estão a ser removidas e continuarão a ser removidas. É justo, é necessário para a nossa defesa e ajuda na nossa aproximação às instituições europeias", sublinhou o chefe de Estado ucraniano no seu discurso noturno diário dirigido à nação.

Na segunda-feira, o Conselho Nacional de Segurança e Defesa proibiu viagens aos responsáveis ucranianos que viajem para fora do país "em férias ou para qualquer outra finalidade não-governamental".

Leia Também: Centro de Odessa na lista do Património Mundial da UNESCO

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