Putin ameaçou Boris com ataque de mísseis? "É mentira", assegura Peskov
O responsável assegurou ter conhecimento daquilo que foi abordado na conversa telefónica entre os dois líderes, reiterando que "não houve ameaças de ataques com mísseis".
© Sputnik/Sergey Bobylev/Pool via REUTERS
Mundo Ucrânia/Rússia
Após as declarações do antigo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que revelou que o presidente russo, Vladimir Putin, o ameaçou referindo que "levaria apenas um minuto" para atingir o Reino Unido com um míssil, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, veio desmentir as alegações e acusar o ex-responsável de mentir.
"Não, o que Johnson disse não é verdade, é mentira. Diria que é uma mentira consciente, então, a questão é: com que propósito escolheu ele esta versão dos acontecimentos. Ou, então, foi inconsciente e não entendeu o que o presidente Putin lhe disse", considerou Peskov, citado pela agência RIA, descrevendo a situação como "desconfortável".
O responsável assegurou ainda ter conhecimento daquilo que foi abordado na conversa telefónica entre os dois líderes, reiterando que "não houve ameaças de ataques com mísseis".
"Ao falar sobre os desafios para a segurança da Rússia, o presidente Putin observou que, se a Ucrânia aderisse à NATO, significaria que qualquer míssil chegaria a Moscovo numa questão de minutos", explicou.
De notar que estes detalhes de uma conversa telefónica entre Johnson e Putin, antes do brotar do conflito na Ucrânia, foram revelados num excerto de um documentário da BBC, ‘Putin Vs the West’, que analisa as interações do presidente russo com os restantes líderes mundiais, com estreia marcada para esta segunda-feira.
Segundo disse ao mesmo meio, o então primeiro-ministro britânico terá avisado o chefe de Estado russo que uma guerra na Ucrânia levaria à aplicação de sanções por parte do Ocidente, além do aumento da presença de tropas da NATO nos países fronteiriços à Rússia.
De modo a impedir a ofensiva russa na Ucrânia, o então primeiro-ministro britânico terá também assegurado que o país não integraria a NATO "num futuro próximo". Contudo, durante a conversa, o responsável apontou que Putin ameaçou atingir o Reino Unido com um míssil.
"Ameaçou-me a dado momento e disse: 'Boris, não quero magoá-lo, mas o envio de um míssil levaria apenas um minuto' ou algo assim. Mas acho que pelo tom relaxado que ele adotou, o distanciamento que parecia ter, estava apenas a brincar com as minhas tentativas de convencê-lo a negociar", confessou.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram 7.068 civis desde o início da guerra e 11.415 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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