Peru. Congresso vai reconsiderar votação sobre antecipação de eleições

O Congresso do Peru aprovou hoje uma moção para reconsiderar a votação que na passada sexta-feira rejeitou um projeto para que as eleições gerais no país sejam antecipadas para outubro deste ano.

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Lusa
30/01/2023 21:14 ‧ 30/01/2023 por Lusa

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A decisão, que foi tomada por 66 votos a favor, 44 contra e seis abstenções do plenário, contou com o voto decisivo do presidente do Congresso, José Williams, de direita, para alcançar o mínimo necessário para passar.

Assim, o Congresso voltará a debater para chegar a um consenso que permita atingir os 87 votos necessários para oficializar a antecipação para este ano das eleições que, neste momento, estão agendadas para 2024, o que, a ser aprovado, será novamente votado na legislatura seguinte, por se tratar de uma revisão constitucional.

Entretanto, um contingente das Forças Armadas peruanas destacado pelas autoridades chegou hoje ao departamento de Ica, no sul de Lima, para ajudar a Polícia Nacional a reabrir a estrada Panamericana Sur, que continuava bloqueada por manifestantes antigovernamentais, indicaram fontes oficiais.

Segundo indicou o Ministério da Defesa na sua conta oficial da rede social Twitter, os militares da Primeira Brigada das Forças Especiais do Exército "encontram-se em Ica com o objetivo de realizar ações de apoio à Polícia Nacional para desbloquear a Panamericana Sur e garantir o direito à livre circulação".

O contingente deslocou-se de Lima para a base aérea da cidade de Pisco a bordo de camiões de transporte de tropas, para desobstruir as faixas de rodagem desta estrada, em particular nos setores conhecidos como Barrio Chino e Expansión Urbana.

"A ação dos nossos militares, de apoio à polícia, enquadra-se no seu dever primordial de garantir a plena vigência dos direitos humanos e a proteção da população perante ameaças à sua segurança e bem-estar", sustentou o Ministério da Defesa.

A estrada Panamericana Sur tem sido afetada por repetidos bloqueios nos últimos quase dois meses, no âmbito da contestação contra o Governo do Peru que abala o país e que se saldou, até agora, em mais de 60 vítimas mortais.

Na quarta-feira passada, pelo menos 57 polícias e seis civis ficaram feridos durante confrontos entre manifestantes e forças de segurança que tentavam desbloquear vários troços daquela via rodoviária.

Os manifestantes exigem a demissão da Presidente, Dina Boluarte, a dissolução do Congresso e a antecipação das eleições para 2023, entre outras reivindicações.

Até à data, segundo dados da Provedoria de Justiça, 47 pessoas que participavam nos protestos morreram em consequência de confrontos, ao passo que um polícia morreu ao ser queimado vivo por manifestantes.

A estas vítimas somam-se agora dez mortes em acontecimentos relacionados com as barricadas de estradas e uma morte ocorreu na região setentrional de La Libertad, confirmada pela polícia.

O gabinete do Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) também registou a morte de quatro haitianos que não puderam receber assistência médica devido aos bloqueios das estradas, além de um bebé nado-morto confirmado pela UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

Leia Também: Peru. Presidente quer antecipar eleições pese a rejeição parlamentar

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