O chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, Andriy Yermak, defendeu, esta quarta-feira, que a adesão da Ucrânia à NATO irá "fortalecer" a aliança transatlântica e reiterou que o país invadido pela Rússia não irá aceitar qualquer negociação de paz que inclua a cedência de territórios.
Numa reunião com a Comissão dos Negócios Estrangeiros e com a Subcomissão da Segurança e da Defesa do Parlamento Europeu, no qual também participou o antigo secretário-geral da NATO e ex-primeiro-ministro da Dinamarca, Anders Fogh Rasmussen, Yermak lembrou que a “guerra agressiva da Rússia contra a Ucrânia continua” e que o Kremlin está a tentar recuperar das derrotas que sofreu ao longo do último ano.
Citado pela Presidência da Ucrânia, o chefe do gabinete de Volodymyr Zelensky disse ser “essencial enviar à Ucrânia toda a gama de armas” e “aumentar a pressão das sanções” sobre a Rússia.
“A Rússia acredita que está em guerra com o Ocidente. Portanto, esta guerra é uma agressão contra toda a Europa e os valores que a unem. Além disso, é inútil procurar um diálogo com Moscovo, uma vez que não sabe falar em pé de igualdade”, considerou o responsável.
Yermak defendeu que a Ucrânia não “vê qualquer cenário de vitória na guerra” que não passe por “restaurar 100% da integridade territorial dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas”.
“Todas as outras propostas para quaisquer negociações enquanto os soldados russos estão na nossa terra são propaganda russa absoluta. Sob o Presidente Zelensky - e esta, tenho certeza, é também a posição do povo ucraniano - não haverá novos ‘Minsks’, nem novos ‘Formatos da Normandia’. E isso deve ser claramente entendido”, disse ainda, referindo-se aos acordos assinados na sequência da guerra no Donbass e da anexação da Crimeia, em 2014.
Na ótica do responsável, “os ucranianos mostraram ao custo das suas próprias vidas que não há necessidade de ter medo quando se defendem valores”. “A adesão da Ucrânia à NATO só fortalecerá a aliança”, enfatizou.
Na reunião, o chefe do gabinete de Zelensky agradeceu o apoio dos países europeus à Ucrânia e considerou que “os cidadãos já compreendem claramente que a Ucrânia faz parte da família europeia”.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de sete mil civis morreram e cerca de 12 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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