Lavrov diz que armas ocidentais vão fortalecer presença russa

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou hoje o envio de armas ocidentais para Kiev vai fazer com que as forças russas mantenham a presença no país para afastarem as tropas ucranianas da zona de fronteira. 

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Lusa
02/02/2023 10:55 ‧ 02/02/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"Se neste momento tratamos de afastar a artilharia das Forças Armadas da Ucrânia para uma distância que não constitua uma ameaça para os nossos territórios, quanto maior for o alcance do armamento que (vão) enviar para o regime de Kiev, mais empenhamento haverá para afastar os soldados ucranianos das nossas fronteiras", disse hoje Lavrov à agência RIA Novosti e à cadeia de televisão Rossia-24.  O chefe da diplomacia da Rússia acrescentou que o Ocidente está a afundar-se num pântano "com cada passo que dá, na Ucrânia".

"Vai ser uma bola de neve", disse Lavrov referindo-se às consequências - do ponto de vista de Moscovo - da presença do armamento estrangeiro que vai ser enviado para Kiev. 

Lavrov disse ainda que a Rússia se encontra no centro de uma "batalha geo política" e que os militares russos que se encontram na primeira linha da frente "são heróis" empenhados no futuro da humanidade contra a "hegemonia total dos Estados Unidos". 

Por outro lado, o chefe da diplomacia da Rússia acusou hoje o Ocidente de estar a apoiar a Ucrânia para pôr fim ao que chamou "questão russa", criticando diretamente a visita da presidente da Comissão Europeia a Kiev.

Ursula von der Leyen "declarou que o resultado da guerra deve ser a derrota russa, e uma derrota de tal forma que não volte a levantar-se durante décadas", disse Lavrov numa entrevista transmitida pelas televisões da Rússia.

"Isto não é racismo? Nazismo? [isto não é uma] tentativa de resolver a 'questão russa'?" questionou o chefe da diplomacia da Rússia. 

Um total de 15 comissários europeus, incluindo os vice-presidentes Margrethe Vestager e Valdis Dombrovskis, chegaram hoje a Kiev.

A delegação é chefiada pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, que vai manter uma série de reuniões com o Governo ucraniano.

Por motivos de segurança, só hoje de manhã é que foi tornada pública a informação sobre a deslocação da delegação da União Europeia à Ucrânia. 

Leia Também: Lavrov critica visita de Von der Leyen: "Isto não é racismo? Nazismo?"

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