Comentadores de um programa de televisão russo discutiram os prós e contras de assassinar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Um excerto do programa foi divulgado pelo conselheiro do ministério dos assuntos internos da Ucrânia, Anton Gerashchenko, nas redes sociais.
Segundo o vídeo divulgado no Twitter, um dos comentadores afirma que, caso se decida avançar com um “ataque para eliminar o presidente da Ucrânia”, é preciso “ter em mente” que as tropas russas “talvez não tenham oportunidade para o fazer, tal como não tiveram oportunidade de tomar Kyiv”.
“Mesmo que o presidente Zelensky não esteja num bunker, isso enviará uma mensagem absoluta de que há certas coisas que não iremos tolerar”, respondeu outro comentador, sugerindo que se deveria avançar com um ataque “para assustar” Kyiv.
“Temos de esperar que até que o presidente não esteja num bunker e atacar esse mesmo bunker. É aí que ficará claro que o estamos a querer dizer: ‘Está aqui um aviso. Podemos mesmo fazê-lo. Zelensky pode ser eliminado’”, concordou um terceiro comentador.
Já o primeiro comentador insistiu que, “mesmo que Zelensky seja eliminado”, os resultados não seriam os ideais para a Rússia. “Primeiro, Zelensky seria considerado um mártir internacional, um santo. E depois eles [ucranianos] iriam substituí-lo por alguém não menos eficaz do que ele”, explicou.
“Não haverá prós para nós, no geral, seria uma situação sem proveito para a Rússia”, considerou.
Propagandists discuss whether killing President Zelenskyy will help Russia in the war. pic.twitter.com/0G4bTAph6A
— Anton Gerashchenko (@Gerashchenko_en) February 3, 2023
Sublinhe-se que, em janeiro, o autor e analista Chris Whipple revelou no seu livro ‘The Fight of His Life: Inside Joe Biden’s White House’ que o diretor da CIA, Bill Burns, se encontrou com Zelensky, em Kyiv, antes do início da guerra, para o alertar dos objetivos da Rússia, nomeadamente uma conspiração para matar o chefe de Estado.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de sete mil civis morreram e cerca de 12 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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