"A China expressa forte insatisfação e protesta contra o uso da força pelos Estados Unidos", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado, acrescentando que "se reserva o direito" de retaliar.
O Governo chinês acrescentou ter "pedido claramente aos EUA que tratassem a situação de forma adequada, calma, profissional e comedida".
"Pequim irá salvaguardar resolutamente os direitos e interesses legítimos das empresas envolvidas" no incidente, sublinhou o ministério.
Detetado pela primeira vez na terça-feira, o balão chinês sobrevoou a América do Norte durante vários dias, antes de ser abatido no sábado por um míssil lançado de um caça F-22, disse o Pentágono.
Na quarta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tinha dado ordens para abater o balão "o mais depressa possível", mas o Pentágono quis esperar pelo "lugar mais seguro para o fazer" para evitar danos em terra devido à possível queda de destroços.
O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, chamou à operação uma "ação deliberada e legal" em resposta a uma "violação inaceitável da soberania" do país por parte da China.
O caso aumentou a tensão entre Washington e Pequim, resultando no cancelamento da visita a Pequim do secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken. Prevista para sexta-feira, esta deslocação tinha como objetivo o desanuviamento das relações bilaterais.
Depois de alguma hesitação, Pequim admitiu que o aparelho era chinês, mas garantiu tratar-se de um balão concebido para recolher dados meteorológicos.
O Governo chinês reiterou ter informado repetidamente o lado norte-americano que o dispositivo era "de natureza civil e entrou nos Estados Unidos devido a força maior, numa situação puramente acidental".
O balão foi abatido no sábado à noite, já sobre o oceano Atlântico, depois de Biden ter autorizado a operação, realizada em coordenação com o Governo do Canadá, cujo território o aparelho sobrevoou antes de entrar nos EUA.
O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, disse no sábado apoiar a decisão de "abater o balão de vigilância da China que violou o espaço aéreo norte-americano e canadiano e o direito internacional", indicou numa mensagem publicada na rede social Twitter.
O Canadá "colaborou estreitamente com os homólogos norte-americanos relativamente a esta decisão e apoia sem reserva as medidas tomadas", disse a ministra da Defesa canadiana, Anita Anand.
"A organização binacional do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD) acompanhou e analisou a trajetória e as ações do balão de vigilância a alta altitude", acrescentou Anand.
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