Mais de 500 pessoas morreram em dois países, esta segunda-feira, na sequência do sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter. Foi um dos terramotos mais fortes a atingir a Turquia em mais de 100 anos e houve réplicas por toda a região, derrubando prédios e levando a população a fugir para as ruas.
O sismo ocorreu logo após as 4h (1h em Lisboa) da manhã de segunda-feira, a 23 quilómetros a leste de Nurdagi, província de Gaziantep, com uma profundidade de 24,1 quilómetros, segundo informa o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Nurdagi está localizada ao longo da fronteira Turquia-Síria, e o terramoto foi sentido em vários países da região, incluindo na Síria e no Líbano.
Na Turquia, pelo menos 284 pessoas morreram e mais de 2.300 ficaram feridas, segundo o vice-presidente Fuat Oktay, citado pela CNN. Na vizinha Síria, pelo menos 237 pessoas morreram e mais de 630 ficaram feridas, informou a agência de notícias estatal síria SANA, citando um funcionário do Ministério da Saúde. As mortes foram relatadas em Aleppo, Latakia, Hama e Tartus.
Equipas de resgate e residentes em várias cidades procuraram por sobreviventes, trabalhando em emaranhados de metal e pilhas gigantes de cimento. À medida que avançam estes trabalhos, também o número de mortos se deverá alterar, ao longo do dia e, provavelmente, da semana.
Foi relatado que edifícios desabaram numa faixa transfronteiriça que se estende pelas cidades de Aleppo e Hama, na Síria, até Diyarbakir, na Turquia, por mais de 330 quilómetros a nordeste.
Turquia
Na Turquia, as pessoas que tentavam deixar as regiões atingidas pelo terramoto causaram engarrafamentos de trânsito, o que dificultou os esforços das equipas de emergência que tentavam chegar às áreas afetadas. As autoridades pediram aos habitantes que não saiam para as estradas. E mesquitas em toda a região foram abertas como abrigo para quem não podem retornar a casa - as temperaturas estão em torno de zero.
O sismo danificou o marco mais famoso de Gaziantep, o castelo histórico situado no topo de uma colina no centro da cidade. Partes das muralhas e torres de vigia das fortalezas foram destruídas e outras partes fortemente danificadas.
Numa reação ao incidente, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, escreveu na rede social Twitter que "equipas de busca e resgate foram enviadas de imediato" para as áreas afetadas. "Esperamos superar esse desastre juntos o mais rápido possível e com o mínimo de danos", escreveu.
Síria
No noroeste da Síria, o sismo acrescentou novos problemas ao enclave controlado pela oposição centrado na província de Idlib, sob cerco há anos, com frequentes ataques aéreos russos e do governo. O território depende de um fluxo de ajuda da vizinha Turquia para tudo, incluindo alimentos a mantimentos médicos.
A Defesa Civil síria da oposição descreveu a situação como “desastrosa”, acrescentando que prédios inteiros desabaram e há pessoas presas sob os escombros.
Na pequena cidade de Azmarin, controlada pelos rebeldes sírios, nas montanhas perto da fronteira com a Turquia, os corpos de várias crianças, enrolados em cobertores, foram levados para um hospital.
Em Damasco, prédios tremeram e muitas pessoas saíram às ruas com medo. O terramoto abalou também habitantes do Líbano, fazendo abanar edifícios por cerca de 40 segundos.
Das zonas sísmicas mais ativas do mundo
A Turquia está situada numa das zonas sísmicas mais ativas do mundo. Crê-se que o terramoto de segunda-feira seja o mais forte a atingir a Turquia desde 1939, quando um terramoto da mesma magnitude matou 30 mil pessoas, segundo o USGS.
Terramotos dessa magnitude são raros, com menos de cinco por ano, em média, em qualquer local do mundo. No entanto, sete terramotos com magnitude 7,0 ou superior atingiram a Turquia nos últimos 25 anos – mas o de segunda-feira é o mais poderoso.
Veja algumas imagens do abalo desta segunda-feira na galeria acima.
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