O Papa recordou na audiência geral de hoje a sua viagem recente aos dois países e descreveu a RDCongo como "uma terra rica em recursos e ensanguentada por uma guerra que nunca acaba, porque há sempre quem alimente o fogo".
A RDCongo "é como um diamante, devido à sua natureza, aos seus recursos, e sobretudo ao seu povo; mas este diamante tornou-se uma fonte de contenção, de violência, e paradoxalmente de empobrecimento para o povo", afirmou Francisco.
"É uma dinâmica que também se encontra noutras regiões africanas, e que se aplica em geral a esse continente, colonizado, explorado, saqueado. Já chega, já chega de explorar África", acrescentou.
Quanto ao Sudão do Sul, explicou que aquele país jovem, nascido em 2011, "é vítima da velha lógica de poder e rivalidade, que produz guerra, violência, refugiados e pessoas deslocadas internamente".
O Papa disse que convidou as autoridades do país "a virarem a página, a levarem por diante o acordo de paz assinado em 2018 e o [respetivo] roteiro" e "a dizerem decididamente 'não' à corrupção e ao tráfico de armas e 'sim' ao encontro e ao diálogo".
É "vergonhoso que tantos países ditos civilizados ofereçam ajuda ao Sudão do Sul, materializado no envio de armas e mais armas. Isto é vergonhoso", disse.
Francisco rezou então para que as sementes de "amor, justiça e paz" brotem nestes países.
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