O ministério da Economia da Rússia revelou que o documento foi assinado no dia 31 de janeiro em Moscovo e Pequim, devendo agora ser ratificado pela Duma e pelo Senado russos, segundo a agência Interfax.
O acordo prevê a construção de um trecho transfronteiriço do gasoduto, que vai começar numa estação de medição na Rússia, perto de Dalnerechensk, na região de Primorye, na fronteira com a China, e atravessar o rio Ussuri, terminando na cidade chinesa de Hulin.
O gasoduto foi projetado, construído e operado no lado russo pela gigante do gás russa Gazprom, enquanto do lado chinês é administrado pela China National Petroleum Corporation (CNPC).
O negócio vai ser consumado nas respetivas moedas nacionais, ao invés de outras moedas, como o dólar norte-americano.
A Rússia começou, em agosto passado, a projetar um novo gasoduto para a China no Extremo Oriente, depois de a Gazprom ter assinado um acordo para fornecer gás russo, em conjunto com a CNPC, segundo disse então o chefe executivo do consórcio estatal russo, Alexéi Miller.
Quando o gasoduto atingir a capacidade máxima, o volume anual de fornecimento de gás russo à China aumentará em 10 mil milhões de metros cúbicos, somando-se aos 38 mil milhões de metros cúbicos por ano que a Gazprom enviará para o país asiático através do gasoduto "Força Siberiana".
No ano passado, as exportações de gás da Rússia através deste gasoduto ascenderam a 15,5 mil milhões de metros cúbicos.
A companhia de gás russa está atualmente a trabalhar no aumento da capacidade da "Força Siberiana", cuja primeira linha foi lançada em dezembro de 2019 a partir do campo de Chayanda, na região de Yakutia.
A Rússia espera que o fluxo de gás do campo de Kovykta (Irkutsk) para o gasoduto "Força Siberiana" comece em breve, após a conclusão da parte linear de Kovykta-Chayanda.
As negociações e os trabalhos técnicos para o futuro gasoduto "Força Siberiana-2", que passará pelo território da Mongólia antes de chegar à China, continuam desde 2020.
A vice-presidente e diretora geral de Exportações da Gazprom, Elena Burmístrova, anunciou no ano passado que a capacidade desta segunda "Força Siberiana" vai ser de 50.000 metros cúbicos por ano.
A China pode comprar energia à Rússia sem entrar em conflito com as sanções impostas pelos Estados Unidos, Europa e Japão. Pequim está a intensificar as compras para aproveitar os descontos russos. Isto causa fricções com Washington e países aliados, ao aumentar o fluxo de caixa de Moscovo e limitar o impacto das sanções.
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