Maia Sandu referiu em conferência de imprensa que os membros do Partido de Ação e Solidariedade (PAS, no poder) aceitaram a escolha de Recan como novo primeiro-ministro.
"Sei que necessitamos de unidade e muito trabalho para enfrentar o difícil período que atravessamos. As dificuldades de 2022 adiaram alguns dos nossos planos, mas não vamos parar", disse a chefe de Estado, acrescentando que em 2023 pretende focar-se nas áreas decisivas da economia e da justiça.
Recean, um economista de 48 anos que ocupou o cargo de ministro do Interior entre 2012 e 2015, terá 15 dias para formar um novo Governo, que será apresentado no parlamento para votação.
Afirmou que vai "proceder de imediato" à elaboração do novo Governo e que a principal prioridade consistirá na introdução de "ordem e disciplina" nas instituições moldovas, fornecer um novo alento à economia e assegurar a paz e a estabilidade.
Na sequência da sua demissão hoje, Gavrilita, uma economista de 41 anos que foi designada primeira-ministra em agosto de 2021, disse em conferência de imprensa que o seu Governo "teria conseguido avançar mais rapidamente" caso tivesse obtido o mesmo apoio e confiança a nível interno face ao que recebeu de outros países europeus.
O mandato de Gavrilita ficou assinalado por uma longa lista de problemas. Entre os principais desafios, uma grave crise energética após a forte redução dos fornecimentos por Moscovo, e uma elevada inflação no pequeno país motivada pela invasão russa da vizinha Ucrânia. E os relatos de mísseis russos que atravessaram os céus da Moldova no contexto da guerra.
Disse ainda que ninguém esperava que o seu Governo "conseguisse gerir tantas crises provocadas pela agressão russa na Ucrânia".
"Assumi o cargo com um mandato anticorrupção, pró-desenvolvimento e pró-europeu num momento em que os esquemas de corrupção capturavam todas as instituições e os oligarcas se sentiam intocáveis", disse Gavrilita. "De imediato enfrentámos uma chantagem com a energia, e os que fizeram isso esperavam que desistíssemos".
"A aposta dos inimigos no nosso país era que agiríamos como os anteriores governos, que desistiram dos interesses energéticos, que traíram o interesse nacional em troca de benefícios de curto prazo", acrescentou.
Sandu agradeceu hoje a Gavrilita pelo seu "enorme sacrifício e esforços em dirigir um país num período de tantas crises".
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