Ocidente não deve cometer com a China os "mesmos erros" que com a Rússia

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, apelará hoje a que os países ocidentais "não cometam o mesmo erro com a China" como o fizeram com a Rússia, referindo-se aos laços de dependência energética com a Europa.

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Lusa
18/02/2023 13:01 ‧ 18/02/2023 por Lusa

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"Nós não devemos cometer o mesmo erro com a China e com outros regimes autoritários" do que com a Rússia, assinala hoje Jens Stoltenberg no discurso que proferirá na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, a que a agência France-Presse (AFP) teve acesso.

Para Stoltenberg, os países ociedentais não "devem tornar-se demasiado dependentes dos produtos e das matérias-primas" que importam, dirá hoje o responsável da NATO, segundo os elementos do discurso transmitidos à AFP.

"A guerra na Ucrânia colocou em evidência o perigo de uma confiança excessiva nos regimes autoritários", aponta também o discurso do norueguês, que abandonará as funções de secretário-geral da NATO no outono.

Jens Stoltenberg recorda que "não há muito tempo, muitos sustentavam que a importação russa era uma questão puramente económica", defendendo que "esse não é o caso", sendo sim uma "questão política".

"Trata-se da nossa segurança, porque a dependência da Europa da energia russa tornou-nos vulneráveis", defende, no seu discurso.

Assim, para Stoltenberg é necessário "evitar exportar tecnologias chave que podem ser utilizadas" contra os aliados, a fim de proteger as "infraestruturas essenciais" do ocidente.

"Nós devemos, com certeza, continuar a comercializar e relacionarmo-nos economicamente com a China. Mas os nossos interesses económicos não podem prevalecer sobre os nossos interesses de segurança", aponta o responsável, considerando "normal" que o ocidente se proteja.

Jens Stoltenberg salienta que "o comércio entre amigos e aliados" os torna "mais fortes e mais resistentes".

"Não devemos criar novas barreiras entre as economias livres e abertas", refere no discurso, advogando que "a lição mais importante da guerra na Ucrânia é que a América do Norte e a Europa devem permanecer unidas".

Mais de 150 representantes governamentais estão presentes na conferência anual de Munique, dedicaca às questões de segurança internacionais, entre os quais o chefe da diplomacia chinesa Wang Yi, que deverá ir a Moscovo depois de uma visita à Europa.

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