"Condenamos veementemente as tentativas dos talibãs de excluir as mulheres de toda a vida pública", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, num comunicado publicado na sua conta do Twitter e assinada, entre outras, pela homóloga francesa, Catherine Colonna, e pelas ministras dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, Albânia, Canadá, Mongólia e Islândia, todas presentes na Conferência de Segurança de Munique este fim de semana.
"Ao excluir metade da população da sociedade, os talibãs estão a cometer uma das mais graves violações dos direitos humanos" e "a pôr em perigo o futuro de todo o país", acrescentaram as ministras sobre o denominado veto que impediu o acesso das mulheres ao ensino secundário e superior, restringiu as suas oportunidades de emprego e minimizou a sua presença em espaços públicos.
"Declaramos a nossa unidade no nosso apelo para levantar estas restrições às mulheres, particularmente quando se trata do seu papel essencial na prestação de assistência humanitária", acrescentaram, tendo em conta que os talibãs também impediram as trabalhadoras humanitárias de trabalhar em grande parte do país.
Women are kept from strolling in parks, are not seen on TV screens anymore, are deprived of their #right to attend schools and universities, and are now also kept from working in humanitarian assistance. 2/5
— Außenministerin Annalena Baerbock (@ABaerbock) February 18, 2023
A ausência de mulheres entre as equipas humanitárias restringe severamente o trabalho das organizações não-governamentais (ONG), que precisam da sua atuação para chegar à população feminina do Afeganistão.
As ministras estendem o seu apoio aos manifestantes que saíram às ruas do Irão para protestar contra a morte sob custódia da jovem curda-iraniana Mahsa Amini por alegadamente usar incorretamente o véu na cabeça.
"Estamos com as corajosas mulheres e homens do Irão na sua luta diária pelos seus direitos e liberdade. A sua luta mostra que só onde as mulheres estão a salvo todos estarão a salvo. Não só no Irão, não só no Afeganistão, mas em todo o mundo", concluem.
Em janeiro, o Governo talibã assegurou que as restrições impostas às mulheres em termos de educação, trabalho e livre circulação são necessárias para moldar a realidade do país segundo as normas da lei islâmica, ou 'sharia'.
A Organização das Nações Unidas (ONU) tem apelado à reversão das medidas.
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