O bairro ocidental de Pul-e-Sokhta, conhecido na capital afegã como "a cidade dos viciados", tem sido há mais de 20 anos o local escolhido por milhares de viciados em drogas que construíram as suas vidas ao longo do leito do rio e, em alguns casos, acabaram por morrer.
"A área que foi chamada de 'fim do mundo' tornou-se uma zona de luzes e cores", afirmou o porta-voz do município, Niamtullah Barakzai.
Embora o nome desta infraestrutura urbana ainda não tenha sido oficializado pelo Governo talibã, as autoridades afegãs e os 'media' locais renomearam-na como "a ponte da felicidade".
Um habitante de Cabul reconhece que o bairro está agora "colorido, limpo e decorado com luzes que agradam".
Desde que os talibãs chegaram ao poder, em agosto de 2021, as autoridades de Cabul iniciaram uma campanha agressiva para enviar para centros de desintoxicação cerca de 4.000 viciados em drogas.
Ao mesmo tempo, o regime talibã está a colocar na cadeia pessoas sem casa e que perderam o contacto com as suas famílias devido aos problemas com drogas.
A abrangência desse programa de reabilitação tornou-se uma das ações mais divulgadas pelas autoridades talibãs, que rejeitam as críticas da comunidade internacional por diminuírem os direitos das mulheres.
O vice-primeiro-ministro do Governo talibã, Abdul Salam Hanafi, referiu-se aos viciados em drogas como uma das prioridades do regime.
O Afeganistão satisfaz 80 por cento da procura mundial de ópio.
Apesar de a produção ter sido historicamente concentrada em áreas controladas pelos movimentos fundamentalistas islâmicos antes de chegarem ao poder, os talibãs atribuem o elevado número de dependentes químicos ao Governo que foi deposto em 2021.
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