O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, voltou, esta quarta-feira, a comentar o discurso proferido pelo presidente russo, Vladimir Putin, sobre o Estado da Nação, atirando que, finda a guerra, aquele país será “objeto de estudos psiquiátricos”.
“Sem dúvida que, depois da guerra, a Federação Russa e a sua sociedade tornar-se-ão objeto de estudos psiquiátricos”, escreveu o responsável, na rede social Twitter.
Podolyak foi mais longe, considerando que “reunir dezenas de milhares de pessoas num estádio para comemorar de forma demonstrativa o aniversário do genocídio em massa dos ucranianos é um claro transtorno mental”.
No dia anterior, o conselheiro de Volodymyr Zelensky apontou que “Putin demonstrou publicamente a sua irrelevância e confusão”, colocando frente a frente “as lamentações e mentiras de Putin contra a declaração clara da posição global 'A Rússia está fadada a perder', que Biden inscreveu na história”.
Undoubtedly, after the war, RF & Russian society will definitely become an object for psycho-medical research. After all, gathering tens of thousands of people at a stadium to demonstratively celebrate the anniversary of the mass genocide of Ukrainians is a clear mental disorder.
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) February 22, 2023
Em causa está primeiro discurso de Putin sobre o Estado da Nação em quase dois anos, no qual o presidente russo acusou o Ocidente de querer impor àquele país uma "derrota estratégica" na Ucrânia e acabar com a Rússia "de uma vez por todas". Reiterou, além disso, a sua tese de que o Ocidente apoia as forças neonazis na Ucrânia, de forma a consolidar uma luta anti-Estado russo.
Já esta quarta-feira, cerca de 200 mil pessoas encheram o estádio Luzhniki, na capital russa, para comícios e concertos de apoio à campanha militar russa na Ucrânia.
De notar que a cerimónia aconteceu dois dias antes de ser assinalado o primeiro aniversário da ofensiva militar russa na Ucrânia, iniciada na madrugada de 24 de fevereiro de 2022.
A ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de oito mil civis desde o início da guerra e 13.287 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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