Segundo Souleimane Khalil, responsável do Ministério dos Transportes sírio, citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP), os aviões de transporte de ajuda humanitária têm ajudado a reduzir o isolamento diplomático a que está submetido o regime sírio do Presidente Bashar al-Assad, envolvido numa guerra civil há mais de uma década.
"Até hoje, aterraram na Síria 213 aviões transportando ajuda para apoiar as operações associadas ao sismo", afirmou Khalil, destacando a "verdadeira ponte aérea" criada por Abu Dhabi, que enviou 92 aeronaves.
Desconhecem-se dados sobre a quantidade de ajuda humanitária enviada para o noroeste da Síria, área ocupada pelos rebeldes que combatem o regime de Bashar al-Assad, onde o sismo foi sentido com maior intensidade e a destruição foi significativamente mais ampla do que no resto do país.
Na quarta-feira, um avião da Noruega aterrou em Damasco com 14 toneladas de ajuda humanitária enviada pela Cruz Vermelha norueguesa.
"Os afetados [pelo sismo] estão muito vulneráveis devido aos anos de guerra e crise", disse Joergen Haldorsen, da Cruz Vermelha norueguesa.
No passado dia 06 de fevereiro, um sismo forte de magnitude 7,8 na escala de Richter atingiu o sudeste da Turquia e o norte da vizinha Síria.
Foi seguido de várias réplicas e de um novo terramoto de magnitude 7,5, que os especialistas disseram ter sido consequência do primeiro.
Dois dias após o terramoto, Damasco solicitou ajuda à União Europeia (UE), que encorajou os Estados-membros a apoiar o país.
Pelo menos 3.600 sírios morreram no terramoto ocorrido quase 12 anos após o início da guerra civil que deixou quase meio milhão de mortos, devastou infraestruturas e desalojou milhões de pessoas.
Mesmo antes do sismo, a maioria da população síria já precisava de ajuda humanitária.
O Presidente sírio está diplomaticamente isolado e a Síria foi expulsa da Liga Árabe no final de 2011.
Os Emirados Árabes Unidos (EAU) foram o primeiro país árabe do Golfo a restaurar as relações com Damasco, em 2018.
Na terça-feira, o ministro da Saúde dos EAU, Abdelrahmane al-Oweis, visitou as áreas afetadas pelo desastre natural na costa síria, destacando que pretende alcançar "uma posição unida, à escala global, para enfrentar o enorme desafio humanitário".
Vários outros países árabes delinearam uma abertura para Damasco após o sismo.
Os sismos de 06 de fevereiro, com epicentro em território turco, e ao qual se seguiram várias réplicas, algumas delas fortes, provocaram pelo menos 44 mil mortos e mais de 100 mil feridos no sul da Turquia e no noroeste da Síria, números ainda provisórios e que deverão continuar a aumentar.
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