Extremistas mataram 12 voluntários civis do exército do Burkina Faso
Pelo menos 12 voluntários para a defesa da pátria (VDP), milicianos ao serviço do exército do Burkina Faso, foram mortos na quarta-feira num novo ataque de alegados combatentes extremistas islâmicos no norte do país, segundo fontes locais.
© Reuters
Mundo Burkina Faso
O ataque aconteceu cerca das 12h00 locais (mesma hora em Lisboa), quando um "grupo de terroristas" atacou "uma equipa de VDP" nas proximidades de Belga, na província de Namentenga (norte), precisaram as fontes.
"Perdemos uma dúzia de elementos e registamos cinco feridos", disse um responsável regional do VDP, assegurando que "o inimigo também registou muitas perdas", sem mais detalhes.
Um efetivo dos VDP, por seu lado, fala em "13 mortos", explicando que estão em curso "operações de limpeza com o apoio do exército".
A localidade de Belga localiza-se a cerca de 170 quilómetros a nordeste da capital, Ouagadougou.
Este ataque confirma o ressurgimento da violência fundamentalista islâmica no país nas últimas semanas.
Pelo menos 70 militares foram mortos nos dias 17 e 20 deste mês em dois ataques no extremo norte, perto do Mali.
Desde o início do ano, os ataques mortais atribuídos a grupos extremistas islâmicos resultaram na morte de 200 civis e militares.
O país, palco de dois golpes militares em 2022, vive desde 2015 uma espiral de violência extremista islâmica iniciada anos antes no Mali e no Níger e que se estendeu para além das fronteiras destes dois países da África Ocidental.
No total, desde 2015, a violência já matou mais de 10 mil pessoas -- civis e militares -- segundo organizações não-governamentais e cerca de dois milhões de deslocados internos.
O líder da junta militar no poder, capitão Ibrahim Traoré, vincou na terça-feira que a sua "determinação permanece intacta" para lutar contra o fundamentalismo islâmico.
Pouco depois de assumir o poder num golpe em 30 de setembro de 2022, estabeleceu como meta a recuperação de aproximadamente 40% do território burquinabê que está sob controlo de movimentos armados extremistas ligados à Al-Qaida e ao grupo fundamentalista Estado Islâmico.
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