Os confrontos eclodiram depois de um grupo de habitantes locais ter detido um homem na quinta-feira por suspeita de rapto de uma rapariga na cidade de Wamena, informou o porta-voz da polícia regional, Benny Ady Prabowo, de acordo com o portal de notícias Detik.
Os polícias foram mobilizados para o local e levaram o suspeito para uma esquadra de polícia, mas a multidão furiosa começou a atacar os agentes, um dos quais ficou ferido quando foi atingido por uma flecha e outro por uma pedra.
À medida que a violência aumentava, as autoridades pediram reforços para tentar controlar a multidão e acabaram por disparar contra os manifestantes.
Hoje, a tensão permanecia elevada na cidade, para onde foram enviados 200 reforços policiais, que se juntaram aos soldados indonésios já destacados na região, na qual vários grupos secessionistas armados estão ativos.
Um destes grupos armados detém um neozelandês raptado há quinze dias e ameaça matá-lo se a Indonésia não reconhecer a independência da Papua Ocidental.
A região indonésia da Papua - dividida em seis províncias - ocupa a parte ocidental da ilha da Nova Guiné, enquanto que a Papua-Nova Guiné ocupa a parte leste.
Os Países Baixos, que controlavam a Indonésia atual na época colonial, queriam que as terras papuas fossem independentes de Jacarta após a Segunda Guerra Mundial, porque acreditavam que eram cultural e geograficamente diferentes das restantes, mas a pressão dos Estados Unidos e das autoridades indonésias impediu a sua emancipação.
Rica em recursos naturais, a "Papua Indonésia", a que os separatistas se referem como "Papua Ocidental", tem sido o cenário de conflito armado entre o Estado central indonésio e os movimentos secessionistas, desde que a região finalmente ficou sob o controlo de Jacarta, em 1969.
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