EUA sancionam empresários europeus por ajudarem indústria de guerra russa

Um empresário com dupla nacionalidade suíça e italiana foi incluído na lista de indivíduos e empresas sancionadas hoje pelos Estados Unidos por alegadamente ajudar a Rússia a comprar tecnologia militar, incluindo para armas nucleares.

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Lusa
24/02/2023 18:52 ‧ 24/02/2023 por Lusa

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"O empresário suíço-italiano Walter Moretti e a sua rede de associados e empresas adquiriram secretamente tecnologias e equipamentos ocidentais sensíveis para os serviços secretos russos e para os militares russos", segundo o Departamento do Tesouro norte-americano.

"Moretti e os seus associados também adquiriram equipamento para os laboratórios de armas nucleares russos", disse o Tesouro dos Estados Unidos da América (EUA).

Nessas operações, Moretti foi ajudado por outro suíço-italiano um alemão e dois suíços, bem como por uma empresa com sede na Suíça e outra na Bulgária.

Estes empresários europeus integram a lista de "mais de 200 indivíduos e entidades" visados pelas sanções dos EUA contra interesses russos, segundo a Casa Branca (presidência).

As novas sanções foram anunciadas no dia do primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia.

Com a invasão de 24 de fevereiro de 2022, a Rússia desencadeou uma guerra de larga escala que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1930-1945).

Na nova lista de sanções figura também uma empresa sediada na República Checa subsidiária de uma companhia russa envolvida na produção de carbono e outros materiais para os sistemas de defesa russos.

Esses materiais "são utilizados em quase todas as plataformas relacionadas com a defesa, incluindo aviões, veículos de combate terrestres, mísseis balísticos e equipamento militar de proteção pessoal, bem como outros sistemas de armamento", disse o Departamento do Tesouro.

A lista do Tesouro inclui também o negociante de armas Nurmurad Kurbanov, com dupla nacionalidade russa e turquemena, e dono de uma empresa com sede em Chipre.

Segundo o Tesouro, Kurbanov e a sua empresa têm "facilitado os esforços de cooperação militar e técnica entre a Rússia e países estrangeiros".

A companhia militar privada Redut, "uma força mercenária russa em combate na Ucrânia", tal como o grupo Wagner, também consta da lista "por ser propriedade ou controlada por, ou por ter agido ou supostamente agido em nome ou por conta, direta ou indiretamente, do Governo da Federação Russa".

Os novos alvos das sanções são da Rússia e de países terceiros da Europa, Ásia e Médio Oriente que "apoiam o esforço de guerra" russo ao ajudar Moscovo a contornar as sanções dos aliados ocidentais, de acordo com a administração dos EUA.

As novas sanções visam setores como a banca e as indústrias de defesa e de alta tecnologia da Rússia, segundo um comunicado da Casa Branca, citado pela agência francesa AFP.

O setor metalúrgico e mineiro russo está entre os visados numa das "ações de sanções mais significativas até à data", de acordo com o Departamento do Tesouro.

A medida dos EUA foi tomada em coordenação com o G7, o grupo dos países mais industrializados, de que fazem parte também Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido.

A União Europeia (UE) também participa no G7, cuja presidência rotativa é exercida atualmente pelo Japão.

"As nossas ações de hoje com os nossos parceiros do G7 mostram que estaremos com a Ucrânia pelo tempo que for necessário", disse a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, numa declaração citada pela agência norte-americana AP.

Leia Também: G7 ameaça países que ajudam Rússia a contornar sanções

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