Cerca de 30.000 pessoas concentraram-se em frente ao parlamento em Tbilissi brandindo bandeiras georgianas, ucranianas e europeias, segundo a agência de notícias francesa AFP.
A multidão gritava "Glória à Ucrânia!" e entoava hinos georgianos e ucranianos.
Dirigindo-se aos manifestantes via vídeo a partir da capital ucraniana, o presidente da câmara de Kyiv, Vitali Klitschko, agradeceu aos georgianos o seu apoio.
"Defendemos hoje a Europa e os seus valores", declarou, sob os aplausos da multidão, acrescentando estar certo de que a Ucrânia e a Geórgia se tornarão ambos "membros da UE".
A concentração foi organizada por uma coligação de partidos da oposição e ativistas ucranianos sediados na Geórgia, país onde muitos russos também procuraram refúgio.
Decorreu num ambiente de descontentamento crescente em relação às recentes decisões do Governo georgiano, interpretadas pelos seus opositores como um retrocesso democrático que poderá comprometer as ambições europeias do país.
Em maio, Kyiv convocou, por exemplo, o seu embaixador na Geórgia depois de Tbilissi ter recusado deixar um grupo de combatentes voluntários e de médicos deslocar-se para a Ucrânia.
O primeiro-ministro georgiano, Irakli Garibashvili, afirmou hoje, num comunicado, o seu apoio à Ucrânia, defendendo a sua política "equilibrada" em relação à Rússia, que visa garantir "a paz e a estabilidade".
Garibashvili acusou a oposição e "determinadas forças em Kyiv e no Ocidente" de tentarem "arrastar a Geórgia para a guerra".
No ano passado, a UE adiou o pedido de adesão da Geórgia -- embora concedendo o estatuto de candidato à adesão à Ucrânia e à Moldova -, declarando que Tbilissi precisava de melhorar o seu histórico democrático antes de ser admitida na via oficial de adesão ao bloco comunitário europeu.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento, segundo a ONU.
A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, há exatamente um ano, 8.006 civis mortos e 13.287 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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