"As maiores dificuldades, como antes, estão em Bakhmut (...) A Rússia não conta os seus homens, enviando-os constantemente para atacar as nossas posições. A intensidade da luta só aumenta", destacou o chefe de Estado ucraniano durante o seu habitual discurso noturno diário.
Zelensky, que relatou uma reunião sobre a segurança nacional do país, frisou que as forças ucranianas estão em "controlo da situação" a norte e ao longo da fronteira.
"Estamos a preparar o regresso dos nossos soldados às ações ativas de libertação da nossa terra. Lembramos o nosso objetivo completamente justo, e estamos cada dia mais perto de sua concretização", sublinhou o governante.
Bakhmut, cuja importância estratégica é contestada, tornou-se um símbolo da luta pelo controlo da região de Donbass, no leste da Ucrânia.
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Nas últimas semanas, os russos progrediram lentamente para esta cidade industrial, que possuía cerca de 70.000 habitantes antes da invasão da Ucrânia, lançada há um ano por Moscovo.
Os russos conseguiram cortar várias rotas importantes para o reabastecimento das tropas de Kiev.
O proprietário do grupo Wagner, Yevgeni Prigojine, reivindicou no sábado a conquista pelos seus homens da localidade de Iaguidne, localizada no norte de Bakhmut.
O Presidente ucraniano afirmou que a Ucrânia continuará a defender Bakhmut, mas não a qualquer preço, tendo reconhecido na segunda-feira à noite que a situação é "tensa e difícil" para as tropas ucranianas naquela região.
A vice-ministra da Defesa ucraniana destacou hoje que as forças russas estão em número superior na batalha por Bakhmut, mas o Exército ucraniano inflige baixas avultadas ao inimigo, forçando soldados regulares a socorrerem os mercenários do grupo Wagner.
"Os nossos soldados têm capacidade para destruir 80% dos terroristas", acrescentou, citada pela agência Efe.
A vice-ministra realçou também que Kiev enviou mais tropas para a cidade após a recente visita do comandante das forças terrestres ucranianas.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.101 civis mortos e 13.479 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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