O documento, publicado no portal oficial de informações do Governo russo estabelece a "ordem de abastecimento das formações de voluntários com armas, equipamento bélico e meios técnico-materais".
Estabelece ainda "a ordem de abastecimento alimentar, de bens e de outros tipos de recursos, incluindo a ajuda médica aos cidadãos que integram formações voluntárias".
Segundo o decreto, as necessidades das formações voluntárias estabelece-se segundo o número de efetivos, o número de armas e equipamento bélico de que disponham as unidades, de acordo com "as normas de abastecimento de diversos tipos de bens materiais" estabelecidas pelo Estado-maior das Forças Armadas.
O documento também estabelece os mecanismos de entrega destes recursos às unidades, que devem ser acompanhados por uma documentação detalhada da quantidade e tipo de armas e munições.
Na semana passada, o chefe da Wagner, Yevgueni Prigojine, criticou o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, e o chefe do Estado-maior General da Rússia, Valeri Guerasimov, pela demora na entrega de material militar às forças do grupo Wagner que combatem na cidade de Bakhmut, leste da Ucrânia, e assinalou que esta falha implica o dobro de baixas entre os combatentes.
Prigojine publicou uma foto que mostrava cerca de uma centena de corpos de combatentes mortos, e responsabilizou a cúpula do Ministério da Defesa pelo número de baixas.
Denunciou ainda que a falta de material militar provoca mais vítimas ao seu exército privado e advertiu que "quando acabem todos os Wagner, Shoigu e Guerasimov terão de pegar em metralhadoras" para combater na frente.
"Se no decurso dos últimos dez anos eles tivessem feito o que tinham de fazer, os Wagner não eram necessários. Mas, por agora, a história impõe que sejam eles a posicionar-se na vanguarda", afirmou.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.101 civis mortos e 13.479 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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